Marcos Vinícius Figueiredo afirmou que não existia nas mãos do general Mário Fernandes um plano para a tomada de poder. Polícia Federal prendeu o militar em 19 de dezembro de 2024.
Advogado do general Mário Fernandes, preso sob suspeita de participar de uma tentativa de golpe de estado no Brasil, Marcos Vinícius Figueiredo afirmou que não existia nas mãos do militar um plano para a tomada de poder após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) para Lula (PT) nas eleições de 2022.
Segundo ele, o que foi encontrado com Fernandes era um arquivo com análise de “efeitos colaterais”.
“Não tem plano nenhum. A PF (Polícia Federal) qualifica como plano porque foi o evento que gerou a prisão dele, agora, ali não era um plano. Se tratava de um arquivo encontrado no HD [hard disk, ou disco rígido de computador] dele. Uma análise de consequências e efeitos colaterais”, afirmou o defensor.
Para Figueiredo, o general garante que não houve uma tentativa de golpe de estado contra os então eleitos presidente Lula (PT) e vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e rebate a investigação da Polícia Federal (PF).
A investigação da PF aponta que o general é suspeito de articular a prisão e a execução de Lula, Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes antes de os eleitos em 2022 tomarem posse. A PF aponta que a ofensiva contra o trio foi batizada como “Punhal Verde e Amarelo”.
“O documento diz ‘eu vou matar o presidente?'”, questiona o advogado. “Tive acesso às 864 folhas do relatório. As mensagens são fracionadas, não tenho como abordar o exercício do direito de defesa com mensagem fracionada”, alegou.
No fim do ano, a Procuradoria-Geral da República (PGR) opinou contra o pedido de liberdade da defesa do militar.
Plano para assassinar autoridades
A Polícia Federal prendeu o general Mário Fernandes no dia 19 de dezembro de 2024, suspeito de integrar um grupo acusado de tramar um golpe de estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.
Um grupo de cinco militares, segundo a PF, tramou um golpe de Estado em 2022 para prender e assassinar Luiz Inácio Lula da Silva, então presidente eleito, seu vice, Geraldo Alckmin, e o próprio Moraes, que à época presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Fernandes seria um dos envolvidos.
Fernandes era o número 2 da Secretaria-Geral da Presidência no governo de Jair Bolsonaro (PL) e homem de confiança do ex-presidente.
No documento, a PF cita que os golpistas começaram a monitorar o deslocamento de autoridades ainda em novembro de 2022, após a eleição e antes da posse de Lula. O monitoramento teve início após uma reunião na casa do ex-ministro da Defesa Walter Souza Braga Netto, que foi candidato a vice de Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas eleições presidenciais.
Braga Netto foi preso no dia 14 de dezembro, alvo do inquérito do golpe, suspeito de ter tentado atrapalhar as investigações. O general da reserva do Exército também foi ex-ministro da Casa Civil e da Defesa do governo Bolsonaro e candidato a vice na chapa com o ex-presidente que perdeu a eleição de 2022.