Mulher deu à luz minutos antes da chegada do resgate nas Ilhas Canárias na segunda-feira (6), quando foi comemorado feriado em que crianças locais recebem 'presentes dos Reis Magos'. 'Sendo o Dia de Reis, este foi o melhor presente que poderíamos ter recebido', disse piloto do helicóptero.
Um bebê nasceu em um bote de migrantes a caminho das Ilhas Canárias, na Espanha, no início desta semana, informou nesta quarta-feira (8) o serviço de resgate espanhol. As autoridades divulgaram uma fotografia impressionante mostrando o recém-nascido, sua mãe e dezenas de outros migrantes no barco lotado.
Migrantes cuidam de um bebê recém-nascido logo após o parto enquanto sua mãe descansa dentro de um bote com 60 pessoas que foram resgatadas
A embarcação foi avistada pelo Salvamento Marítimo da Espanha próximo à ilha de Lanzarote na segunda-feira (6), quando o país celebrava o feriado da Epifania do Senhor, também conhecido como Dia de Reis. No feriado, as crianças locais tradicionalmente recebem “presentes dos Três Reis Magos”.
Quando o navio da guarda costeira chegou, encontrou a mãe e o bebê em boas condições de saúde. Um total de 60 pessoas estavam a bordo, incluindo 14 mulheres e quatro crianças.
Domingo Trujillo, o capitão do navio de resgate, disse à emissora TVE que eles sabiam que havia uma mulher grávida a bordo.
“A surpresa foi [que encontramos] um bebê totalmente nu que nasceu 10, 15 ou 20 minutos antes”, disse ele.
A mulher estava deitada no chão do barco lotado enquanto o bebê estava nos braços de outra pessoa perto dela, ele lembrou. “Eu o cobri, o trouxe aqui (para o meu peito) e dei um tapinha nele para que ele parasse de chorar”, disse ele.
Os médicos a bordo recomendaram que a mãe e o bebê fossem transferidos para um hospital de helicóptero.
Alvaro Serrano Perez, comandante do helicóptero, disse à Reuters:
“Sendo o Dia de Reis, este foi o melhor presente que poderíamos ter recebido.”
As sete ilhas espanholas na costa atlântica do noroeste da África estão lutando para absorver um aumento de migrantes irregulares, principalmente de Mali, Senegal e Marrocos.
O arquipélago atingiu uma alta anual histórica pelo segundo ano consecutivo com 46.843 chegadas em 2024, representando 73% da migração ilegal para a Espanha, de acordo com os dados mais recentes do Ministério do Interior do país.