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Inflação de 2014 deve ficar abaixo do teto da meta; IBGE divulga dado hoje

Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ser divulgado às 9h.

Ilustração

Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ser divulgado às 9h.

A inflação oficial do Brasil em 2014, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), será conhecida nesta sexta-feira (9), quando serão divulgados os dados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa do governo, do Banco Central e do próprio mercado é que, embora por margem apertada, a variação dos preços ficará abaixo da meta de 6,5% no ano.

O Brasil adota o sistema de metas de inflação como maior norteador de sua política monetária desde 1999. É um compromisso que o país assumiu para manter a oscilação de preços dentro de um limite de tolerância, de forma a dar segurança ao mercado.

A meta atual de inflação é de 4,5%, com tolerância de dois pontos para mais ou para menos. Dessa forma, o teto é de 6,5%. Se o IPCA estourar esse teto, o presidente do BC tem obrigação de divulgar uma carta aberta ao ministro da Fazenda justificando o descumprimento e informando quais medidas serão adotadas para que a inflação volte a níveis tolerados.

A última vez que isso aconteceu foi em 2004, com explicações para o "estouro" da meta de 2003 – ano em que a inflação subiu embalada pela disparada do dólar. Em 2011, o IPCA foi de 6,50% e ficou no limite do teto da meta.

Expectativa de inflação abaixo do teto

Segundo a estimativa do mercado financeiro divulgada pelo último boletim Focus, o IPCA deverá ficar em 6,39% em 2014. A pesquisa, divulgada nesta segunda-feira (5), foi conduzida pelo Banco Central na semana passada com mais de 100 instituições financeiras.
Já a previsão do BC é de inflação de 6,4%, de acordo com o último relatório de inflação divulgado no final do ano passado. A última previsão feita pelo Ministério da Fazenda foi de IPCA acima de 6,4%, mas sem estourar meta.

IPCA de até 0,86% em dezembro não estoura meta

Segundo cálculo do IBGE, o IPCA de dezembro precisa ficar em até 0,86% para não estourar o teto da meta estabelecida pelo governo para 2014. Em novembro, a inflação oficial do país ficou em 0,51%.
“O que vai acontecer ao fechar o ano é que nós vamos trocar uma taxa de 0,92%, que foi uma taxa alta, a taxa de dezembro de 2013, por uma outra ainda não conhecida, que o IBGE vai medir. O que nós temos visto ao longo dos últimos meses é que a taxa está girando em torno de 6,5%. Em poucos meses nesse ano, a taxa ficou abaixo desse número – então, ao medir o resultado de dezembro, nós vamos ver se essa tendência dos últimos meses vai se comprovar”, apontou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do órgão, ao comentar o resultado de novembro.

Inflação acima do centro da meta pelo 5º ano seguido

Mesmo se ficar abaixo do teto, a inflação irá estourar o centro da meta de 4,5% anuais pelo 5º ano consecutivo. Em 2013, o IPCA fechou em 5,91%.

No acumulado em 12 meses até novembro, a inflação oficial acumulou alta de 6,56%, completando 4 meses seguidos acima da meta do Banco Central.

Para 2015, a expectativa do Banco Central está ao redor de 6%. No cenário de referência, cuja previsão era de 5,8% em setembro, a estimativa avançou para 6,1%. No cenário de mercado, estimativa que estava em 6,1% em setembro, passou para 6% agora em dezembro.

O presidente do BC, Alexandre Tombini, avalia que a inflação tende a continuar elevada, atingindo o "pico" no primeiro trimestre de 2015. Segundo ele, o IPCA começará a convergir em direção à meta central de inflação de 4,5% a partir do segundo trimestre do ano que vem.