Bióloga de Brasília pulou do manequim 54 para o 38 e se diz mais saudável. Vídeo em que ela afirma que 'quase não achou' órgão teve 170 mil acessos.
Conhecida em Brasília por dar uma entrevista criticando o tamanho do pênis do "amigo colorido", a bióloga Lana de Souza Medeiros voltou a ganhar destaque na web após perder 61 kg em 18 meses. O manequim pulou de 54 para 38 e foi conseguido com a ajuda de uma cirurgia de redução de estômago. A jovem de 29 anos afirma que as críticas recebidas por meio de redes sociais após o vídeo não a influenciaram no desejo de emagrecer.
"Já tinha feito todas as dietas da vida", brinca a moradora de Ceilândia, que tinha 116 kg quando passou pelo procedimento. Ela mede 1,58 m. "Vi que eu já estava muito doente por causa da obesidade. Vi na cirurgia bariátrica uma ajuda. Não é uma salvação, porque, se comer sem controle e não mudar os hábitos alimentares e de vida, você engorda tudo novamente. Estou muito satisfeita. Antes eu me sentia bonita, só que sem saúde nenhuma."
O vídeo que a tornou conhecida alcançou 170 mil visualizações e rendeu entrevistas a jornais e referências em programas de humor. No registro, a bióloga conta que "quase não achou" o órgão do parceiro quando quis retribuir o sexo oral. "Era mini, tamanho da embalagem de um batom", descreve Lana.
"Não me arrependo, falei o que muitas mulheres não têm coragem de falar. Sei que tive uma exposição tremenda e hoje eu enxergo como uma coisa normal. Essa história repercutiu de forma positiva e negativa. O positivo [foi] que muitas mulheres e homens, tanto do Brasil quanto de fora, vieram pedir conselho e me dar os parabéns. Na forma negativa, muitos homens me xingaram e falaram muita besteira. Não fiquei brava nem liguei, só observei os comentários e segui minha vida normalmente."
À época do vídeo, a bióloga já contabilizava quatro meses da operação e pesava 80 kg. Desde então a mulher segue religiosamente as ordens médicas, toma suplementos vitamínicos, ingere mais água e dá preferência aos alimentos naturais. As atividades físicas também passaram a fazer parte da vida dela, que aderiu ao CrossFit – treinamento que mescla força e condicionamento físico – e à capoeira.
"Você pode comer de tudo, mas não convém, se já fui obesa. Não quero ser novamente. Então, toma-se vergonha na cara e evita-se ao máximo ‘jacar’ a dieta. Se eu nunca mais comi pizza ou brigadeiro ou chocolate? Claro que já comi. Mas a cada dois meses como uma fatia de pizza, chocolate de 80% cacau pode a cada um mês. Não bebo mais refrigerante, prefiro picolé de fruta, amo açaí e tive que comer somente em casa", explica.
O novo comportamento fez os problemas de saúde sumirem. Lana, que conta ter sido "gordinha" desde a infância, deixou de lidar com pressão alta, gordura no fígado e irregularidades nos índices de açúcar.
"[As taxas] Foram normalizadas, graças a Deus. Eu não tinha saúde, era muita dificuldade, até para andar era horrível", lembra a jovem, que afirma ter encontrado nos 55 kg o peso ideal.
Preferindo não revelar se a nova aparência influenciou na vida amorosa, a bióloga diz que nunca mais viu o rapaz de quem falou no vídeo e que até hoje não confirmou a ele que a experiência entre os dois foi tema da entrevista. O parceiro foi apresentado a Lana por um ex-namorado.
"Ele era um rapaz superbacana. Nunca tivemos um relacionamento sério, somente uma amizade colorida. Ele entrou em contato comigo esse ano e me perguntou sobre a entrevista e se era ele a pessoa que comentei. Eu disse que não, e ficou por isso mesmo", ri.
O único problema vindo com o vídeo foi profissional: a mulher começou a dar aulas em um colégio tradicional da cidade, e os alunos descobriram a entrevista. Os pais reclamaram. "Eu tinha feito antes de entrar nessa instituição de ensino. Assim, acalmamos os pais. Eu também sou uma excelente profissional, e isso contou muito", afirma Lana.
Quem pode operar
A cirurgia bariátrica, também conhecida como cirurgia de redução de estômago, é indicada estritamente para quem tem obesidade mórbida (quando o IMC é acima de 40). O quadro é considerado como doença crônica e inflamatória pela Organização Mundial de Saúde. Ela pode causar outras doenças, como diabetes, hipertensão e cardiopatias, que, se não forem tratadas, podem levar à morte.
Dados da Secretaria de Saúde apontam que 4% da população do Distrito Federal apresenta o quadro. Pela rede pública distrital, o procedimento é realizado apenas no Hospital Regional da Asa Norte.
Para se inscrever, o paciente deve procurar um centro de saúde e solicitar atendimento com um clínico geral. A própria unidade fará o encaminhamento para o Hran, se for detectada a necessidade da cirurgia.
Chegando ao hospital, o paciente entrará no programa da Unidade de Cirurgia Bariátrica e será avaliado por uma equipe multiprofissional, que inclui psicólogo, nutricionista, endocrinologista e cirurgiões. Somente depois da avaliação de todos os profissionais é que o candidato é encaminhado para a fila de pessoas prontas para realizar a bariátrica.