Três militares estavam na viatura com a soldado.
A reprodução simulada do episódio que resultou na morte da soldado Izabelle foi marcado por análises completamente distintas dos advogados dos militares e da família da soldado. Baseados em suas próprias teses para o episódio, os defensores tentaram desqualificar informações e laudos divulgados até o momento.
O advogado dos militares da Radiopatrulha que estavam com a soldado Izabelle Pereira dos Santos, Leonardo de Moraes, afirmou na manhã desta terça-feira (2) que os três projéteis encontrados no corpo da jovem militar descartam a tese de execução. Para Moraes, o laudo da perícia também atestaria a inocência dos seus clientes, uma vez que descartaria a ação humana no acionamento gatilho.
O advogado acompanha a reprodução simulada da morte de Izabelle ocorrida no dia 30 de agosto, durante uma ação no Sítio São Jorge. Três militares estavam com a soldado no veículo. Eles alegaram, em depoimento à Polícia Civil, que não sabem como a submetralhadora utilizada pela jovem disparou dentro da viatura.
A simulação foi iniciada na manhã de hoje pela Polícia Federal e deve seguir durante o período da tarde. Os três militares estão no local e participam da ação voluntariamente, já que não são acusados. A reconstrução do cenário é feita com base nos depoimentos prestados pelos três à polícia na época do crime.
Segundo o advogado da família de Izabelle, Thiago Pinheiro, a família confia no trabalho da Polícia Federal e acredita que a simulação será fundamental para esclarecer dúvidas que permanecem ainda inexplicáveis. “Se os depoimentos não forem verdadeiros, então hoje saberemos isso”, diz o advogado.
Dois fatos chamam a atenção da defesa. Um deles seria o relato de um dos militares que disse ter ouvido disparos de arma de fogo do lado de fora do veículo e não de dentro – local onde ocorreu o incidente. O outro, segundo o advogado, seria a posição da arma com o cano voltado para cima – em direção a militar. Nesse aspecto, Thiago Pinheiro é enfático e afirma que nenhum policial utiliza o armamento desta maneira, já que seria um ‘erro básico’.
Registros apagados de celular da militar
Ainda durante o acompanhando da reprodução simulada do que aconteceu na noite da morte da policial militar Izabelle Pereira, os advogados de defesa da família da vítima e dos policiais presentes no dia do episódio falaram sobre o que teria ocorrido com o telefone celular da jovem.
Segundo a família, no dia da morte da militar, enquanto a militar estava sendo atendida no Hospital Geral do Estado, uma amiga, também militar, teria apagado todos os registros de ligações e mensagens do celular de Izabelle. A família afirma ainda que momentos antes de morre, a militar teria ligado pelo menos duas vezes para um primo que mora perto do local onde ocorreu o incidente, no Sítio São Jorge.
A Polícia Federal informou na manhã de hoje, que todos os dados do aparelho foram recuperados no último dia 28 de novembro. Para o advogado de defesa dos militares, Leonardo Moraes, as informações recuperadas só registraram conversas entre a vítima e amigos e que não havia nenhum registro que fizesse referência aos três militares que estavam com Izabelle dentro da viatura, no dia do incidente.