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Justiça regulariza guarda de 29 crianças e adolescentes durante mutirão

Sessão foi conduzida pela juíza Ana Florinda Dantas, no Fórum da Capital; crianças também receberam presentes e visita do Papai Noel

Gabriella Souza

Juíza Ana Florinda oficializou a responsabilidade dos parentes que já cuidavam das crianças

O Núcleo de Promoção à Filiação (NPF) do Poder Judiciário de Alagoas realizou, na tarde desta quinta-feira (18), um mutirão de audiência coletiva de guarda, em sessão conduzida pela magistrada titular da 22ª Vara Cível da Capital Família, Ana Florinda Mendonça. Na oportunidade, 29 crianças e adolescentes tiveram a guarda regularizada, ficando sob responsabilidade de parentes.

Antes do início da audiência, realizada no Fórum da Capital, a psicóloga do NPF, Karina Torres Ribeiro, dialogou com as famílias sobre a importância da guarda e o papel dos responsáveis legais na vida desses menores. Ainda de acordo com ela, o trabalho psicológico nesses casos verifica, por meio de entrevistas, como é a relação entre eles, com propósito de confirmar se há os cuidados necessários.

“Nós da psicologia buscamos verificar se realmente existe zelo do guardião com a criança, que geralmente ficam sob responsabilidade dos avós maternos, tios, madrinhas, padrinhos e outros parentes. Analisamos também se há uma boa relação entre eles, que em regra geral já existe, mas sempre é necessário confirmar”, salientou Karina Torres.

Segundo a juíza Ana Florinda, o mapeamento dessas crianças acontece por meio do trabalho desenvolvido pelo grupo do NPF em escolas da rede pública, no qual são identificados os menores que estão sob os cuidados de parentes. A magistrada explicou, ainda, que este é o terceiro ano do mutirão e ressaltou a importância da guarda para facilitar as documentações das crianças e dos adolescentes.

“Caso a criança não tenha uma representação legal, os parentes que estão cuidado delas não podem requerer ao bolsa família, ao internamento em um hospital, caso tenha a necessidade de fazer uma cirurgia que precise de autorização ou até mesmo uma viagem. O mutirão surgiu em decorrência da constatação da grande quantidade de crianças sem representantes legais, por isto resolvemos fazer uma vez ao ano”, afirmou a juíza.

Além da palestra com a psicóloga do Núcleo, também houve a apresentação do Coral de Flauta Doce, composto somente por crianças, e a participação do Papai Noel que realizou a distribuição dos presentes.

Mulher assume guarda dos seis filhos de sua filha adotiva

Entre os parentes presentes, estava a dona de casa Maria Madalena Cavalcante, que ficou com a guarda de seis crianças de uma filha adotiva. Ela contou que sempre acompanhou de perto o crescimento dos menores, ainda quando moravam em São Paulo. Ao retornarem à Alagoas, a mãe legítima das crianças conheceu um rapaz, com quem decidiu fugir sem deixar notícias. Foi então que a avó optou em cuidar das crianças como se fossem dela.

“Até hoje não sei de notícias da mãe deles, nem sei se ainda está viva. Minha relação com as seis crianças é de amor e carinho. Eu sinto que eles são meus, pois não querem mais saber de notícias dela. Eu considero todos muito mais que meus filhos, porque até os legítimos nunca passaram por essa situação. É uma luta, mas uma luta que só nos traz felicidades”, disse emocionada Maria Madalena.