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Servidores comissionados da ALE podem boicotar posse de novo governador

Eles se dizem revoltados com a situação e chegam a alegar que há quatro anos não tem alegria de realizar a ceia de natal com a família.

Arquivo/ AL24h

Plenário da Assembleia Legislativa

O atraso dos salários dos servidores de cargos comissionados e de serviços prestados da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas (ALE/AL) voltou a se repetir. A promessa de início de ano da presidência da Mesa Diretora não se cumpriu e os servidores prometem ‘boicotar’ a sessão que definirá os créditos suplementares de outros órgãos estaduais, como também pretendem impedir a posse do novo governador eleito, Renan Filho (PMDB).

Eles se dizem revoltados com a situação e chegam a alegar que há quatro anos não têm alegria de realizar a ceia de natal com a família. De acordo com o presidente da Associação dos Servidores da ALE (Assala), Eduardo Fernandes, o presidente da mesa diretora não deu uma satisfação aos servidores deixando cerca de 900 comissionados sem o 13º salário e aproximados 50 servidores de serviços prestados, em limpeza, sem o salário de dezembro e o 13º.

“Infelizmente é uma situação constrangedora. É um direito de todo trabalhador, garantido por lei, mas somos lesados. Agora pergunto, será que os parlamentares estão sem os salários, diga-se de passagem exorbitantes, e os seus 13º atrasados? Acho que não, eles são os primeiros a receberem, agora os demais que estão na base da pirâmide é quem sofrem”, destacou Fernandes.

Mediante a situação, a sessão desta terça-feira (30) que definirá os salários suplementares do Tribunal de Justiça e dos servidores do Estado poderá ter um esvaziamento dos servidores. Além disso, os servidores ameaçam boicotar a cerimônia de posse do governador eleito, Renan Filho (PMDB), marcada para o próximo dia 1º, às 14h, no prédio da ALE.

“Já que não receberemos, os demais servidores também ficaram sem receber. É tudo ou nada. Estou conversando pessoalmente com cada um dos servidores e explicando que o novo governador não tem culpa dos erros dessa mesa diretora. Que é preciso ter confiança, mas eles não querem aceitar e prometem nem ir trabalhar. Pois é revoltante, a ALE tem um orçamente de R$ 14 milhões mensais e o presidente dizer que não tem dinheiro, como assim?”, desabafou Fernandes.

Fernandes ressaltou ainda a insatisfação dos servidores comissionados e serviços prestados com as direções que passaram pela Mesa Diretora uma vez que os atrasos salariais e do 13º salário se tornaram práticas corriqueiras.

Escândalos e desvios da ALE

Recentemente, a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas (ALE) foi alvo de mais uma ação contra a corrupção e desvio de dinheiro. Não diferente das demais operações, documentos e computadores foram levados, desta vez pelo Grupo de Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), do Ministério Público Estadual (MPE/AL).

Entre as denúncias, estão as de depósitos bancários suspeitos, que foram parar de forma ‘misteriosa’ na conta de servidores da ALE. As investigações apontam para mais de R$ 70 milhões desviados dos cofres públicos.