Setores de eletrodomésticos também chegam a alegar que houve uma queda, lojistas alegam ainda que muitos alagoanos vão romper o ano com roupa usada.
O alagoano – pelo que parece – vem poupando e evitando gastar dinheiro neste período de fim de ano. Lojistas e comerciantes não criam expectativas nestes dois últimos dias de 2014 e acreditam que a atual crise tem provocado o estacionamento das compras.
Há pelo menos 33 anos no ramo da economia popular com venda de roupas no Mercado da Produção, o comerciante Antonio Messias, afirma nunca ter enfrentado uma crise igual à deste ano. Ele garante ainda que as vendas dos pequenos comerciantes neste natal não superou as expectativas e muito menos cobriu os investimentos feitos.
Alguns lojistas alegam também que muitos alagoanos vão passar a virada de ano com roupa usada. “Não conseguimos tirar o investimento realizado no natal. Apostamos no impulso de final de ano, na crença de que os alagoanos iriam passar o final de ano com roupa nova, mas pelo jeito será o contrário”, desabafou Messias.
Segundo ele, outro agravante foi a Copa do Mundo, uma vez que os consumidores compraram de forma desenfreada no meio do ano.
“Não estamos fora da lógica consumista. No meio do ano foi uma compra desenfreada de roupas da seleção, bebidas, reformas, investimentos que deixou o alagoano, de classe média, sem dinheiro. Mas, o período foi muito bom para a gente”, reiterou Messias.
Para o economista e cientista político Jorge Vieira, a atual situação teria vários pontos de vista. Segundo ele, tem que se observar que há uma crise a nível internacional, mas que o Brasil estaria enfrentando muito bem e que vem obedecendo à lógica do “capital internacional”, que é o de compra.
Ainda conforme o economista, a crise enfrentada pelos pequenos comerciantes já vem se agravando há pelo menos cinco anos.
“É importante observar que na verdade há um terrorismo da grande mídia que faz com que as pessoas segurem o dinheiro e não gastem. Mas em compensação, os clientes têm a segurança do cartão de crédito que possibilita as compras em grandes lojas. Na verdade, temos que ter ciência que os pequenos comerciantes estão em crise há anos e a atual situação deles é de tradição”, assegurou Vieira.
Por conta da crise, alguns comerciantes temem um ano de 2015 de aperto e fechamento de estabelecimentos comerciais. No entanto, o economista alega que 2015 será um ano de ajuste e controles das contas e finanças do Estado. “Temos um exemplo claro, o governador Renan Filho (PMDB) escolheu a equipe econômica com base na Dilma Rousseff (Governo Federal) para que a nossa economia ganhe um novo fôlego”, finalizou.