Em documento, Rodrigo Janot diz que "não há qualquer elemento concreto" que justifique o pedido.
Nesta segunda-feira, Rodrigo Janot, procurador-geral da República, emitiu um parecer contrário ao pedido de auditoria das eleições solicitado pelo deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP), coordenador da campanha do presidenciável tucano derrotado Aécio Neves. No documento, Janot afirma que "não há qualquer elemento concreto" que justifique o pedido, que foi baseado "em especulações sem seriedade" divulgadas nas redes sociais.
Para o procurador, com base unicamente em boatos muitas vezes camuflados pelo anonimato, não é possível pretender a instauração de um procedimento que pode "comprometer a credibilidade" do sistema eleitoral do País. Além disso, ele explica que várias das medidas solicitadas pelo PSDB já foram disponibilizadas pelos cartórios eleitorais em cópias dos boletins de urna de todas as sessões.
Em nota oficial, divulgada no site do diretório estadual do partido em São Paulo, o PSDB afirma que possui "absoluta confiança de que o TSE cumpriu seu papel", mas diz que diversas "denúncias sobre fatos ocorridos durante a votação" aconteceram no último dia 26 de outubro, data do segundo turno das eleições.
"Com a introdução do voto eletrônico, as formas de fiscalização, auditagem dos sistemas de captação dos votos e de totalização têm se mostrado ineficientes para tranquilizar os eleitores quanto a não intervenção de terceiros nos sistemas informatizados", diz o texto.
Segundo Carlos Sampaio, o pedido "nada tem a ver com a recontagem ou o questionamento do resultado" das eleições, que deram a vitória para a candidata Dilma Rousseff (PT) na disputa pela Presidência da República. "É um pedido de auditoria no sistema, com o acompanhamento do TSE e de técnicos indicados pelos partidos, para evitar que esse sentimento de que houve fraude continue a ser alimentado nas redes sociais", afirma o deputado.
O pedido, ainda segundo o partido, pretende manter a confiança dos cidadãos brasileiros em suas instituições na democracia do País. "O que pretendemos com essa medida judicial é garantir que todo e qualquer cidadão também possa ter a certeza de que nossos representantes políticos são, de fato, aqueles que foram escolhidos pelo titular da soberania nacional: o povo brasileiro", diz.