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Alagoas: 30 pessoas morreram em confronto com a polícia em 2013

A realidade brasileira não é tão distante do enfrentamento no cenário alagoano.

PMAL

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O número de mortos em confrontos diretos com a polícia resultaram em pelo menos seis vítimas por dia em todo o país, no ano de 2013. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 11, no Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2014 que alerta para os gastos no enfrentamento à violência no valor de R$ 258 bilhões, só em 2013.

Alagoas é um dos Estados que recebeu do Governo Federal investimentos para o enfrentamento à violência. Como é o caso do Programa Brasil Mais Seguro, lançado no Estado como projeto-piloto para o restante do país. A ideia era investir em ações de enfrentamento à violência para reduzir as taxas crescentes de homicídio que renderam a Maceió, o título de 5ª capital mais violenta do mundo.

Segundo os dados apresentados pelo Anuário, 30 pessoas morreram em Alagoas, no ano de 2013, em confronto com as polícias militar e civil. Isso representa, em números absolutos, que 21 pessoas foram assassinadas por PMs, oito foram assassinadas por agentes da PC em serviço, e uma pessoa morta por um agente da PC fora de serviço.

Ainda segundo o levantamento, isso resulta numa taxa nacional de 0,9%. Em nível nacional, foram registradas 2.212 mortes por policiais, em serviço ou não, durante o ano de 2013. Em números diários, o Anuário destaca que isso significa que em média seis pessoas são assassinadas, por dia, por agentes do estado de direito. O Anuário denomina essa prática criminosa como Morticínio de Policias.

Dados Locais

Recentemente, Maceió registrou vários casos de mortos em confronto com a polícia. Um deles vem recebendo especial atenção dos órgãos de segurança pública, inclusive, foi responsável pela designação de uma comissão especial de investigação designada pela Delegacia Geral da Polícia Civil. Dois delegados especiais vão investigar uma operação do Batalhão de Operações Especiais da PM (BOPE) que resultou na morte de cinco suspeitos.

O caso será apurado pela Delegacia de Homicídios da capital e os responsáveis serão os delegados Everton Gonçalves de Souza e Magaiver Luiz. À época dos casos a assessoria da PM justificou a ação como enfrentamento direto e que o bando já vinha sendo investigado há meses. Segundo a assessoria do Ministério Público Estadual (MPE), no dia do ocorrido, que eles foram surpreendidos pela polícia quando iam roubar uma residência.

O levantamento analisou ainda os vários casos de violência e seus impactos na sociedade. Os organizadores preferiram lançar os resultados após o pleito eleitoral, considerando que o tema foi amplamente discutido nos programas de governos dos candidatos em todo o país, inclusive, nas agendas presidenciáveis.

O Anuário destaca que foram gastos 5,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no enfrentamento contra a violência. Em valores, o Estado gastou R$ 258 bilhões com segurança pública, prisões e unidades de medidas socioeducativas. Com uma população carcerária de 574.207, na sua maioria, jovens, homens e negros.