Ricardo Alexandre dos Santos foi atingido por disparos de arma de fogo de policiais militares enquanto esperava um ônibus em um ponto, no bairro de Pescaria.
Militares usaram bombas para conter a manifestação
A Corregedoria-Geral da Polícia Militar informou na manhã desta segunda-feira (24) que vai analisar a possibilidade de instaurar uma sindicância para investigar a morte de um homem que esperava o ônibus em Pescaria, na última sexta-feira (21). Os militares devem analisar o relatório apresentado ao Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciods) e notícias veiculadas na imprensa.
Ricardo Alexandre dos Santos, 40 anos, foi atingido por disparos de arma de fogo enquanto esperava um ônibus em um ponto, no bairro de Pescaria. Ele chegou a ser socorrido pelos militares, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no Hospital Geral do Estado (HGE).
Familiares de Ricardo se articulam para iniciar um novo protesto na região. Ainda na sexta-feira, os mesmos familiares e amigos interditaram a AL-101 Norte, eles alegam que o homem baleado não era criminoso. “Ele nem chegou a reagir, estava esperando o ônibus, nem correu, nem nada… Todo mundo aqui sabe que ele não era bandido e tem testemunhas que disseram ter ouvido os policiais dizendo que tinham pego o ‘cara errado’ após os disparos”, diz um dos moradores que preferiu a discrição.
De acordo com a assessoria da Polícia Militar, a guarnição do Batalhão de Polícia de Eventos (BPE) deslocado para o local tinha por finalidade prender o líder do tráfico de drogas identificado como “Myke”.
Ainda na versão apresentada pela polícia, “Myke” teria percebido a presença dos militares por meio da central de monitoramento instalada em sua residência. Durante a fuga, o individuo que estava sendo perseguido pela polícia teria ainda pulado o muro do quintal.
A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB-AL) solicitou que o caso fosse investigado.