O depoimento oficial da vítima teve início no final da manhã desta quarta-feira, 26, e deve esclarecer vários pontos, que levarão o delegado a tipificar o crime.
Misael disse não ter se recuperado da humilhação
O delegado Egivaldo Lopes de Messias, titular do 2º Distrito Policial, disse querer saber todos os detalhes da simulação de assalto promovida por jovens de classe média/alta contra o pedreiro Misael Messias dos Santos, de 37 anos. O depoimento oficial da vítima teve início no final da manhã desta quarta-feira, 26, e deve esclarecer vários pontos, que levarão o delegado a tipificar o crime.
Misael foi ameaçado, humilhado e teve uma bolsa levada – e posteriormente devolvida – durante a ação, que foi filmada e amplamente divulgada nas mídias sociais pelos próprios agressores. Em entrevista ao Alagoas 24 horas o delegado disse que os advogados de dois envolvidos, Thiago, único a aparecer no vídeo, e Leonardo, compareceram ao 2º DP e afirmaram que os seus clientes estão dispostos a se apresentar.
O delegado também tenta identificar o veículo utilizado na ação, cuja placa e modelo ainda não foram descobertos. Sabe-se até o momento que se trata de um sedan de cor cinza. Questionado sobre em quais crimes os jovens poderão ser enquadrados, o delegado disse que dependerá do relato de todos os envolvidos, mas a legislação prevê agressão e roubo, caso sejam confirmadas as denúncias.
Ontem, 25, Misael dos Santos já havia confirmado todos os fatos registrados no vídeo. O pedreiro disse que se dirigia ao trabalho quando foi abordado pelos jovens, que visivelmente alterados exigiram que ele deitasse no chão e se submetesse à revista.
Misael também negou a informação de que os jovens teriam voltado para devolver a bolsa e se desculpar pela ‘brincadeira’. Segundo Misael, após ter a bolsa remexida, os acusados jogaram a bolsa do pedreiro e fugiram do local.
O advogado Jonas Cavalcante, da Comissão de Direitos Humanos da OAB/AL, acompanhou o depoimento e disse que os acusados no episódio ‘perderam a noção de civilidade’.