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Não importa quem vença, mudança chegará ao Brasil, diz Financial Times

Jornal fala do desempenho de Dilma no terreno econômico e o contrapõe com as promessas de Aécio para o setor

Divulgação

Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) vão disputar o segundo turno das eleições

Quem quer que vença as eleições brasileiras no próximo dia 26 terá de lidar com a "mudança” na área econômica – forçada pelo mercado ou implementada pelo governo, defende um artigo assinado publicado nesta terça-feira no jornal britânico Financial Times.

O texto, parte de um material que ocupa ¾ de página no diário financeiro, avalia que a economia brasileira terá de enfrentar um ano "duro” em 2015, possivelmente tendo de adotar medidas "dolorosas” para fazer a transição de um modelo econômico baseado no consumo interno e no boom das commodities, para outro, onde o crescimento venha através de investimentos produtivos.

O autor do texto, o articulista John Paul Rathbone, contrapõe o desempenho da presidente Dilma Rousseff no terreno econômico, que considera "decepcionante", com as promessas do candidato opositor, Aécio Neves, de promover um "choque de gestão" para revitalizar a máquina econômica do país.

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Apesar do discurso mais favorável à iniciativa privada de Aécio, Rathbone observa que a presidente está à frente nas pesquisas. Se sua eleição for confirmada, ele argumenta, isto significaria que a economia continuaria "pedalando" em 2015.

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"Ela (Dilma) fez campanha em uma plataforma de nenhuma mudança nas suas políticas econômicas, se colocando em uma posição política sem saída", escreve.

Para o autor, o país precisa de um "empurrão de credibilidade para reconstituir a confiança do investidor".

Isto é reforçado por dois fatores: a reacomodação em patamares mais baixos dos preços das commodities, fonte de renda para o Brasil; e a possibilidade de os EUA elevarem suas taxas de juros, o que deve implicar saída de capitais de países em desenvolvimento.

"Qualquer que seja o resultado das eleições, a mudança está chegando para o Brasil – seja pela força da economia em movimento ou implementada pelo governo", avalia Rathbone.