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PF investiga suposto vazamento de depoimento de Paulo Roberto Costa

Governo, CPI e Petrobras pediram o conteúdo da delação premiada. Segundo revista, ex-diretor listou políticos que receberam de propina.

A Superintendência da Polícia Federal no Paraná abriu uma investigação para apurar o suposto vazamento do depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa sobre um suposto esquema de propina na estatal. O inquérito foi aberto no sábado (6), após a publicação das primeiras reportagens sobre a suspeita de envolvimento de políticos no caso.

Em nota divulgada à imprensa, a PF informou que as informações são protegidas por segredo de Justiça, relativas à Operação Lava Jato. Segundo a corporação, as investigações sobre o suposto vazamento vão continuar na Superintendência em Curitiba.

As revelações levaram o governo e a oposição a se movimentar para obter mais detalhes do depoimento, feito dentro de um acordo de delação premiada, em que o investigado se dispõe a colaborar e apontar outros suspeitos em troca da possibilidade de reduzir sua pena, caso venha a ser condenado.

OPERAÇÃO LAVA JATO
Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo" nesta segunda-feira (8), a presidente Dilma Rousseff disse que pediu à PF e ao Ministério Público acesso aos depoimentos para saber se há integrantes do governo envolvidos. Afirmou que, se não for atendida, recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Também nesta segunda, o presidente das duas comissões parlamentares de inquérito (CPIs) que apuram denúncias sobre a Petrobras, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), encaminhou um ofício ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo acesso ao conteúdo dos depoimentos.

A Petrobras, por sua vez, também informou nque pediu ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, acesso às informações prestadas pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa sobre o suposto esquema de propina que funcionava na estatal.

A companhia também disse ter solicitado às empresas citadas nas notícias informações sobre a existência de contratos com empresas ligadas ao doleiro Alberto Youssef, que, segundo as investigações, era responsável pela lavagem de dinheiro distribuído a políticos.

Na manhã desta segunda, o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), protocolou, por meio de assessores, cinco requerimentos relacionados aos desdobramentos da delação premiada, entre os quais pedido para que a CPI mista solicitasse o acesso "imediato" ao conteúdo dos depoimentos do ex-dirigente da estatal.

Reportagem da edição deste fim de semana da revista "Veja" afirma, sem dar detalhes ou apresentar documentos, que Paulo Roberto Costa revelou em depoimentos ao Ministério Público Federal (MPF), na superintendência da Polícia Federal em Curitiba, que três governadores, seis senadores, um ministro e, pelo menos, 25 deputados federais foram beneficiados com as propinas.