O cenário pós o incidente era de completa destruição. Dois bares foram afetados e tiveram parte das paredes derrubadas, além do piso que acabou cedendo. Apesar dos danos, proprietários se mostram confiantes com a reconstrução.
A maré alta registrada nesta segunda-feira (8), destruiu parcialmente pelo menos duas barracas na Praia da Sereia, Litoral Norte. Com a ressaca, os proprietários de bares e restaurantes iniciaram, na manhã desta terça-feira (9) a reconstrução dos estabelecimentos que foram danificados após a elevação da maré.
O cenário é de destruição. Dois bares foram afetados e tiveram parte das paredes derrubadas, além do piso que acabou cedendo. O estrago se estendeu também para o símbolo da praia, a estátua da Sereia, construída em 1962. A estátua acabou não resistindo à força do mar e teve parte da cauda arrancada pela força da correnteza.
“Ah rapaz isso foi coisa de Deus, não é prejuízo não”, conta bem humorado Benedito de Lima, o seu “Biu”, proprietário de um dos estabelecimentos destruídos pela força do mar. Seu “Biu” disse à reportagem do Alagoas 24 Horas, que o movimento incomum da maré é raro, porém, quando ocorre sempre traz um pouco de “dor de cabeça”. “Trabalho aqui há 42 anos, mas dessa vez o mar veio mais violento, tanto que levou até a cauda da Sereia”, conta com um novo sorriso no rosto. A destruição parcial do restaurante parece não abalá-lo.
Benedito diz ser um daqueles homens de 66 anos que está acostumado a viver à beira-mar e, com isso, aprendeu que com seus pais e avós que a imprevisibilidade das correntezas é algo comum da natureza, mas que pode ser combatido. Para ele, prejuízo maior é o impasse do terreno que ainda permanece com a União e que, vira e mexe – assim como as ondas do mar-, geram atrito com o poder público. “Faz tempo que eles [governo estadual] não aparecem mais por aqui para exigir a derrubada de alguma barraca. Pelo menos isso de ruim não vem mais acontecendo”, revela.
Já para a comerciante Maria Vanessa, o nível da maré assustou, mas também não deixou prejuízos . “Subiu muito a maré e assustou a gente. Aqui não caiu nada, mas é a primeira vez que vejo isso”, relata enquanto aponta para uma parede do estabelecimento onde a água teria deixado marcas.
O Corpo de Bombeiros também se fez presente na manhã de hoje para dar assistência aos moradores. Orientações foram passadas no sentido de evitar banhos de mar até o dia 11 de setembro, quando as condições climáticas devem ser favoráveis. Placas informando sobre os perigos das ondas também foram afixadas na praia para alertar do perigo a possíveis turistas.
“Atenção que nós temos também é em relação as crianças, por isso estamos reforçando a orientação com placas que indicam a possibilidade de correntezas aqui na região”, destaca o sargento Batista.
Ainda de acordo com Batista, o fenômeno conhecido como Maré de Sizígia, ocorre devido a atração gravitacional da lua que em suas fases nova e cheia provoca no mar o surgimento de ondas mais fortes.