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AL é único Estado sem aumento de licenças por dependência química

AL é único Estado sem aumento de licenças por dependência química

Agência Alagoas

Agência Alagoas

Dados levantados pelo Instituto Nacional de Previdência Social (INSS) apontam que houve um crescimento no número de auxílios-doença por alcoolismo ou dependência química em todos os estados brasileiros, exceto Alagoas. Os números são relativos entre os anos de 2009 e 2013. Neste mesmo período, os alagoanos viram surgir e se estabelecer o projeto de recuperação de dependentes químicos Acolhe Alagoas.

E é justamente a presença de uma rede estruturada de acolhimento e prevenção às drogas encontrada no Acolhe Alagoas uma das justificativas para o não crescimento desta estatística, de acordo com o secretário Nacional de Política sobre Drogas, Vitore Maximiano.

“A rede liderada pela Secretaria de Promoção da Paz, com o auxílio de vários outros equipamentos de saúde pública, está dando resposta à população e minorando os efeitos da dependência química. As pessoas que precisam de ajuda têm onde buscar isso em Alagoas e em um serviço público e gratuito”, defendeu o secretário.

“Enquanto outros estados estão tentando estruturar e firmar esse serviço de atendimento ao usuário de drogas, Alagoas já conta com uma rede estabelecida além da resposta e adesão da população”, completa Maximiano.

O Acolhe Alagoas conta com uma rede de 30 comunidades acolhedoras, disponibilizando 1.429 vagas, das quais 355 são contratadas diretamente com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad). As demais são custeadas, como tem sido desde o início do projeto, em 2010, pelo Estado de Alagoas, através da Secretaria de Promoção da Paz (Sepaz).

Homens, mulheres e jovens a partir dos 12 anos podem ficar internados voluntariamente e de forma gratuita por períodos de 6 meses.

Dados

Segundo dados levantados pelo INSS, citados em matéria do jornal Folha de S. Paulo na segunda-feira (8), houve uma “explosão” no número de pedidos de auxílio-doença motivados por álcool – 19,6% em quatro anos – e cocaína e seus derivados (crack e merla, uma mistura de drogas) – 84,6% desde 2009.

São Paulo foi o Estado com maior aumento, com 42.649 casos de pedidos de auxílio-doença em 2013, um acréscimo de 17,9% desde 2009.

Os estados da região Norte e Nordeste também apresentaram grande aumento no afastamento dos trabalhadores, que chegou a 50% em nove estados e no Distrito Federal.

Os benefícios variam entre R$ 724,00 e R$ 4.390,24, dependendo do salário que o trabalhador recebia. Muitas famílias revertem o dinheiro do benefício (parte ou todo ele) para pagar o período de internação em clínicas de recuperação da dependência química.

Em contrapartida, o Acolhe Alagoas já recebeu, de 2010 até julho de 2014, 13.547 pessoas que resolveram retomar o controle de suas vidas longe das drogas, fazendo com que o projeto se tornasse referência nacional no atendimento a dependentes químicos e prevenção social da violência.

A notícia reafirma o compromisso alagoano com o acolhimento de usuários de drogas.

“Esse resultado confirma o quanto deu certo a nossa iniciativa em criar a Secretaria da Promoção da Paz, referência em vários estados brasileiros. São frutos que estamos colhendo de muito trabalho, empenho e dedicação em implantar em Alagoas uma política de paz e de acolhimento", afirmou o governador Teotonio Vilela.

Já o secretário da Paz, Adalberon Sá Júnior, reafirma o projeto como uma efetiva política pública de Estado. “Isso mostra que estamos andando na direção certa, com uma rede estruturada e com vagas disponíveis imediatamente, o que é difícil de encontrar nos demais estados. As pessoas criaram essa referência, sabem que podem chegar nos Centros de Acolhimento de Maceió e Delmiro Gouveia, que serão atendidas”, completou.

Reunião de dependentes químicos em uma das comunidades acolhedoras do Estado; na sequência, imagens do Projeto Acolhe Alagoas: referência no tratamento e reconhecimento nacional