Audiência iniciada na manhã desta sexta-feira (12) contou com a participação de quatro testemunhas. Marcelo Carnaúba preferiu não estar presente durante o processo.
A audiência pública do caso envolvendo a morte do empresário Guilherme Paes Brandão, no Fórum do Barro Duro, nesta sexta-feira (12) tem prosseguimento. Quatro testemunhas foram ouvidas na manhã de hoje pelo juiz Geraldo Amorim, que deve ouvir ainda o acusado de matar Guilherme, Marcelo Carnaúba.
Durante a audiência, o réu confesso não se fez presente por um pedido pessoal. “Ele disse que ficaria muito exposto por conta da família de Guilherme, então solicitou isso”, garante o advogado de defesa Raimundo Palmeira.
A expectativa é de que Marcelo seja ouvido na tarde de hoje. A defesa do réu sustenta a tese de que o crime não foi motivado por um desvio financeiro e sim por um desgaste entre vítima e acusado. “Foi um crime eventual, a própria confissão do acusado de que matou Guilherme já demonstra arrependimento”, afirma Raimundo que apresentará ainda extratos que comprovariam o fato de que que Marcelo fazia empréstimos pessoais para pagar dívidas do bar e restaurante Maikai.
A acusação cabe ao promotor José Antônio Malta Marques. De acordo com o promotor, as testemunhas arroladas pela defesa em nada mudam a história. “Até o momento nenhuma destas testemunhas disseram nada que poderia mudar nossa decisão. Nós acreditamos que o crime tenha sido premeditado”, indica o promotor.
Uma das testemunhas ouvidas na manhã de hoje foi Luís Felipe Accioly, ex-funcionário da empresa. Accioly respondeu as perguntas do juiz Geraldo Amorim e declarou que a vítima era uma pessoa exigente. Ele confirmou ainda que a situação da empresa não era boa financeiramente e andava no vermelho. “Fui contratado para fazer a contabilidade de eventos específicos e verifiquei que a situação da empresa não era boa”, afirmou.
Além do ex-funcionário, o dono de uma fábrica de gelo que prestava serviços para a empresa Maikai também foi ouvido. Rodrigo Fernandes informou que o Maikai andava em débito com sua empresa antes do crime. “O Maikai era uma empresa que não atrasava nunca, mas em novembro de 2013 houve um atraso”, disse.
Outra pessoa ouvida na manhã de hoje foi uma funcionária que presta serviços de videomonitoramento para a Secretaria de Estado da Defesa Social (Seds). A testemunha, que não terá o nome revelado por motivos de segurança, revelou que uma das câmeras de segurança que tem a capacidade de filmar a frente do bar e restaurante localizado na Avenida Engenheiro Paulo Brandão, não monitorava a localidade no dia. “As câmeras são operadas por um operador e elas fazem um giro de 360º e 180, mas dependem da decisão do operador que movimenta”, disse.
Outra testemunha ouvida logo cedo foi uma tia de Marcelo Carnaúba. A mulher depôs sobre a afinidade que possui com o seu sobrinho e sobre sua índole.
Apesar de Marcelo Carnaúba ser réu confesso do crime, o juiz Geraldo Amorim reafirma a necessidade da audiência. “Existem qualificadores nos autos que devem ser justificados pelo juiz durante a decisão”, alegou. O magistrado informou ainda que ao final de tudo deve decidir pela necessidade levar o caso a júri popular ou não.