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Conselho da USP aprova abono salarial de 28,6% para grevistas

Reunião desta terça votou a favor do valor, diz assessoria da reitoria. Tema deverá ser debatido por professores e funcionários em assembleia.

A Universidade de São Paulo (USP) aprovou, na tarde desta terça-feira (16), o abono salarial de 28,6% aos professores e funcionários técnico-administrativo, que estão em greve desde o fim de maio. Segundo a assessoria de imprensa da reitoria, a reunião do Conselho Universitário (CO), na tarde desta terça, votou pela aprovação do valor. Já o reajuste salarial de 5,2%, a ser pago em duas parcelas, havia sido aprovado na reunião anterior, e ratificado em assembleia pelos servidores.
Os valores em negociação entre os grevistas e a reitoria são o reajuste salarial, que será pago a partir de outubro, e o abono salarial, um pagamento feito em um único mês referente à reposição nos salários dos últimos quatro meses desde que os trabalhadores entraram em greve. A paralisação foi aprovada depois que o reitor Marco Antonio Zago anunciou o congelamento dos salários, afirmando que a crise de financiamento da USP fez com que a folha de pagamento respondesse por 105% do orçamento.

Na semana passada, as reitorias da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) já haviam aceitado o abono de 28,6%.

O valor foi sugerido pelo Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP), que mantém reuniões de conciliação entre o Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) e representantes da reitoria.

Apesar de as três instituições tradicionalmente negociarem a questão salarial em conjunto, entre o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulista (Cruesp) e o Fórum das Seis, que reúne os sindicatos de professores e funcionários das universidades, na semana passada o Cruesp anunciou que as negociações de pagamento de abono salarial aos funcionários e professores seriam feitas individualmente entre cada reitoria e os sindicatos.

No caso da USP, o reitor convocou uma reunião extraordinária do Conselho Universitário para esta terça, afirmando que essa decisão não poderia ser feita sem passar pela votação dos conselheiros.

Na quinta passada, os professores ligados à Associação dos Docentes da USP (Adusp) decidiram manter a greve até pelo menos o dia 22 de setembro.

Além da reunião do CO no dia 16, os professores da Adusp também decidiram aguardar a reunião do TRT-SP com o Sintusp e a reitoria, onde serão negociados, além do abono salarial, a questão da reposição das horas não trabalhadas durante a greve.

Reajuste salarial
Pela proposta acordada entre os sindicatos e os reitores, o aumento salarial será concedido em duas parcelas: de 2,57% na folha de setembro, a ser paga em outubro; e a outra, do mesmo percentual, na folha de dezembro, a ser paga em janeiro de 2015, totalizando os 5,2%. O décimo terceiro salário será pago com reajuste integral, de acordo com o texto.