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Ministério da Saúde intensifica medidas de controle da febre Chikungunya

Os profissionais de saúde já receberam orientações para o manejo adequado dos pacientes.

Douglas Aby Saber / Fotoarena

Aedes Aegypti também transmite vírus chikungunya

O Ministério da Saúde informa que foram registrados dois casos da febre Chikungunya em pessoas sem registro de viagem internacional para países onde ocorre transmissão da doença. Os casos foram registrados no município de Oiapoque, no Amapá. Os pacientes apresentaram os primeiros sintomas nos dias 26 e 27 de agosto e os diagnósticos foram confirmados nesta semana. A febre por vírus Chikungunya é uma doença parecida com a dengue, sendo transmitida pelos mesmos mosquitos, entretanto a letalidade é rara e menos frequente do que a registrada nos casos de dengue.

Diante da confirmação dos casos, o município de Oiapoque, com apoio do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde do Amapá, intensificou as medidas de controle da doença. Dentre as ações, estão a busca ativa de novos casos suspeitos com alerta nas unidades de saúde e comunidade, a remoção e tratamento químico de criadouros de mosquitos Aedes aegypti, além da aplicação de inseticida (fumacê) para reduzir a densidade dos vetores. Os profissionais de saúde já receberam orientações para o manejo adequado dos pacientes.

O tratamento da doença consiste no alívio dos sintomas, que são semelhantes aos da dengue – febre alta, dor muscular e nas articulações, cefaleia e exantema – que costumam durar de três a 10 dias. A terapia utilizada é composta de analgésicos (paracetamol), hidratação e repouso.

Desde 2010, quando o Brasil registrou três casos da doença, todos contraídos no exterior, o Ministério da Saúde passou a acompanhar e monitorar continuamente a situação do vírus causador da Febre Chikungunya. Até então, o sistema de vigilância só havia detectado casos suspeitos em viajantes, sendo que todos foram descartados após os exames de laboratório.

Com a chegada da doença na Região das Américas, no final de 2013, quando foi confirmada a transmissão autóctone no Caribe, o Ministério da Saúde elaborou um plano nacional de contingência da doença, que tem como metas a intensificação das atividades de vigilância, a preparação de resposta da rede de saúde, o treinamento de profissionais, a divulgação de medidas às secretarias de saúde e a preparação de laboratórios de referência para o diagnóstico da doença.

A Chikungunya é causada por um vírus do gênero Alphavirus, transmitida por mosquitos do gênero Aedes, sendo o Aedes Aegypti e o Aedes Albopictus, que também podem transmitir a dengue, os principais vetores.

Vários países das Américas também têm registrado surtos no presente ano, tendo sido notificados 651.344 casos suspeitos e 9.182 confirmados em laboratório nos seguintes países: Anguilla, Antígua e Barbuda, Aruba, Bahamas, Barbados, Ilhas Virgens Britânicas, Ilhas Cayman, Costa Rica, Dominica, República Dominicana, El Salvador, Guiana Francesa, Granada, Guadalupe, Guiana, Haiti, Martinica, Panamá, Porto Rico, São Bartolomeu, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, São Martin, São Vicente e Granadinas, São Maarten, Suriname, Trinidad e Tobago, Ilhas Turcas e Caicos, Estados Unidos, Ilhas Virgens Americanas e Venezuela.

Desde janeiro até está terça-feira (16), o Sistema de Vigilância em Saúde do SUS (Sistema Único de Saúde) registrou 39 casos da Febre Chikungunya neste ano. Deste total, 37 são importados, ou seja, de pessoas que viajaram para países com transmissão da doença, e dois foram de transmissão dentro do país.

PRÓXIMAS AÇÕES

Com o objetivo de fortalecer a necessidade de prevenção conjunta da dengue e Chikungunya, uma vez que os vetores são os mesmos, cujo maior risco ocorre entre os meses de janeiro e maio, o Ministério da Saúde definiu uma série de ações para as próximas semanas como a Organização de Seminário Internacional sobre Chikungunya nos dias 7 e 8 de outubro e a elaboração de campanha de mídia de mobilização para adoção de medidas preventivas contra dengue e chikungunya.

Será feita ainda um Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa), em outubro, para identificação das áreas infestadas pelo Aedes aegypti e albopictus. O Ministério também promoverá reuniões macrorregionais de mobilização das secretarias estaduais e municipais de saúde para o combate à dengue e Chikungunya, no período de 24 a 28 de novembro.