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Uefa quer vetar jogador de empresário na Champions

Segundo o jornal inglês, a principal preocupação da Uefa é o português Jorge Mendes, "dono" de atletas como Cristiano Ronaldo, Ángel Di María e Falcao García.

VALERY HACHE/AFP/GETTY IMAGES

Empresário Jorge Mendes (esq) é ‘dono’ do colombiano Falcao García, do Manchester United

A Uefa (União das Federações Europeias de Futebol) quer proibir que empresários tenham participação nos direitos dos jogadores, segundo reportagem do jornal The Guardian.

Os clubes que descumprirem essa nova regulação seriam proibidos de contratar e poderiam ter os atletas controlados por terceiros retirados de competições como a Champions League a Liga Europa. Para inscreverem atletas em competições internacionais, portanto, os times deverão provar que são donos de 100% dos jogadores.

Segundo o jornal inglês, a principal preocupação da Uefa é o português Jorge Mendes, "dono" de atletas como Cristiano Ronaldo, Ángel Di María e Falcao García. O empresário teria intenção de controlar um número ainda maior de atletas de ponta, o que fez a entidade europeia se mexer para proibir a "terceirização" dos jogadoers a partir da temporada 2015/16.

Assim que as novas regras forem introduzidas, haverá um tempo de transição para que os clubes se adaptem às novas regulamentações, como foi feito após a instalação do fair play financeiro.

Os países que mais preocupam a Uefa são Portugal, Espanha e várias nações do Leste Europeu. De acordo com o Guardian, a prática da "terceirização" de atletas foi "importada da América do Sul na última década, e agora infesta a Europa, já que um enorme número de terceiros agora são donos de jogadores".

Ainda de acordo com a reportagem, a entidade europeia estaria irritada com a Fifa, que nunca tomou nenhum tipo de atitude contra a força dos empresários, apesar das promessas. Em 2007, Joseph Blatter, presidente da entidade máxima do futebol, disse que iria tomar atitudes contra a "terceirização", pouco depois da empresa MSI levar os argentinos Carlitos Tevez e Javier Mascherano do Corinthians para o West Ham, da Inglaterra.

"A terceirização ameaça a integridade das competições esportivas, a estabilidade dos contratos e a relação de confiança que deve existir entre os jogadores e os clubes que os empregam. Cria conflitos de interesses, e os jogadores perdem o controle do desenvolvimento de suas próprias carreiras. Também coloca os times em um ciclo vicioso de endividamento e contribui para sujar a imagem do futebol", disse ao jornal o secretário-geral da Uefa, Gianni Infantino.