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Lula diz "amar" Marina, mas exalta competência de Dilma na Presidência

Ex-presidente diz que 'ama' Marina, mas que candidatura à Presidência é questão de competência, não de amor; e cita sua mulher, Marisa, em defesa de continuidade de Dilma no comando do País.

Divulgação

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Ao discursar em Ceilândia, cidade da periferia de Brasília, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, usou um tom irônico em resposta aos questionamentos sobre sua boa relação com a candidata do PSB, Marina Silva, principal adversária da presidente Dilma Rousseff na disputa presidencial.

Lula mandou um recado para Marina dizendo que “também a ama”, mas que candidata a presidente não se escolhe por amor e sim por competência. “Uma jornalista me falou que Marina disse que me amava. Eu respondi que eu também amo ela (sic). Mas a escolha para ser presidente não é um caso de amor, porque senão eu chamava a Marisa para ser presidente e não a Dilma”, disse Lula em comício de apoio ao candidato do PT ao governo do Distrito Federal, Agnelo Queiroz.

A presidente Dilma era esperada para o comício, mas não compareceu. Ela alegou estar afônica após retornar da viagem dos Estados Unidos, onde participou da abertura da 69ª reunião da Assembleia Geral da ONU em Nova York e após ter participado de um comício na manhã desta quinta-feira em Feira de Santana, na Bahia.

Lula, ao elogiar Dilma, disse que poderia ter chamado muita gente para o cargo de presidente já que ela não pertencia aos quadros mais antigos do partido. No entanto, na avaliação do ex-presidente, ela era a mais competente. “Ela era mais recente no PT. Mas pensei que para comandar um barco deste tamanho a gente não escolhe por amizade e de todas as pessoas, ela era a mais competente para não permitir que este país entrasse em recessão. Como entrou a França; como entrou a Espanha e muitos outros países”.

Lula voltou a atacar a imprensa que classificou como “o maior partido de oposição do País”. “Do fundo do coração, não podemos brincar porque se depender da imprensa, que é o maior partido de oposição que nós temos neste País, não chegaremos a lugar nenhum. Desde que eu cheguei à Presidência, eu tomei a decisão de não assistir mais os jornais e não ler jornal também. Resolvi andar pelo Brasil e conversar com as pessoas”.

“Eles não perdoam o PT”
Os governos tucanos também foram alvo de Lula. Para quem as estratégias apresentadas para solucionar os problemas da economia passam por arrocho de salários, demissões e cassação de direitos. “Tem gente aí dizendo que é preciso dar um choque de gestão. Primeiro que aqui ninguém gosta de choque. Segundo que choque de gestão significa arrocho salarial, diminuição dos benefícios dos trabalhadores e mandar funcionários públicos embora. Quando se fala em cortar despesas, nós já sabemos o lado que a corda vai arrebentar”.

“Eles não perdoam o PT porque na Bahia, uma empregada doméstica candidata a prefeita ganhou a eleição de seu patrão. Eles não perdoam o PT porque o presidente que não tinha faculdade foi o que mais construiu universidades neste país. E eles não perdoam uma presidente guerrilheira que há 20 anos foi presa e torturada e virou presidente da República, enfrentando uma crise econômica sem precedentes neste século”.

Pesquisa Ibope divulgada nesta semana sobre as intenções de voto no Distrito Federal, aponta Dilma empatada com Aécio Neves na casa dos 20%. Marina lidera as pesquisas com 34%. O governador Agnelo Queiroz é o candidato que aparece com a maior rejeição, 44%, e está em terceiro lugar nas pesquisas atrás do candidato do PSB, Rodrigo Rollemberg, e de Jofran Frejat (PR).

Para aproveitar a visita de Lula a Ceilândia, até mesmo o candidato ao governo de Goiás, Antônio Gomide (PT,) cruzou as divisas para pegar uma carona no comício. Ele discursou e aproveitou para gravar cenas ao lado de Lula para os últimos programas de TV.