Há quem acredite que o lado político dos clubes de futebol interfere no desempenho dentro de campo. Pois, no São Paulo, essa máxima está sendo comprovada...
Há quem acredite que o lado político dos clubes de futebol interfere no desempenho dentro de campo. Pois, no São Paulo, essa máxima está sendo comprovada. A partir do momento em que o circo pegou fogo no Morumbi e o presidente Juvenal Juvêncio foi demitido, o time tricolor simplesmente não venceu mais, apresentando desde então um aproveitamento digno de queda à Série B.
O ex-presidente, bastante influente entre os conselheiros são-paulinos, foi demitido no dia 15 deste mês, justamente no dia seguinte à indiscutível vitória por 2 a 0 contra o líder Cruzeiro, e quando o clube tricolor ingressava de vez na briga pelo título brasileiro. A partir daí,a média de pontos conquistados virou pior do que os times que brigam contra o rebaixamento na Série A.
Com um ponto conquistado em 12 disputados, o pífio aproveitamento de 8% deixaria o São Paulo na lanterna do Campeonato Brasileiro: derrota por 3 a 1 contra o ameaçado Coritiba, queda por 3 a 2 contra o arquirrival e instável Corinthians, empate com o Flamengo nos acréscimos por 2 a 2 e revés em casa por 3 a 1 contra o Fluminense.
Nos bastidores, a insatisfação de parte do elenco com o entrevero demonstra o que se passou psicologicamente com o elenco tricolor. Após a demissão de Juvenal e a consequente ida do ex-presidente à Fox Sports para detonar o atual mandatário Carlos Miguel Aidar, o técnico Muricy Ramalho, que ficou transtornado pelo incidente ter ocorrido justamente quando a equipe estava em alta, tentou tranquilizar o elenco.
Alguns dos atletas mais experientes do elenco, como Luis Fabiano e Rogério Ceni, por exemplo, também não teriam gostado da briga pública entre Aidar e Juvenal Juvêncio. Antes do revés contra o Coritiba, o treinador pediu aos jogadores para que as polêmicas extracampo não interferissem em campo, mas não foi o bastante, e o São Paulo sucumbiu no Paraná.
O meio-campista Kaká foi outro que comentou com pessoas próximas que achou desnecessária a polêmica em meio a uma fase tão boa da equipe dentro de campo. Gente ligada ao clube teme que isso pese na hora de tentar prolongar o empréstimo com o Orlando City para até o meio do ano que vem, visando a disputa da Libertadores.
No conselho são-paulino ainda não se sabe quais serão as consequências da guerra política, motivada pela demissão de Mariana Aidar da assessoria da presidência. O atual mandatário, por outro lado, ganhou pontos com a oposição tricolor e espera usar isso em seu favor na hora de tentar aprovar a reforma do estádio do Morumbi.
Já dentro das quatro linhas, o São Paulo volta a campo na próxima quarta-feira, quando irá encarar o Huachipato, no Estádio do Morumbi, pela Copa Sul-Americana. Mais uma chance para quebrar o jejum de vitórias pós-demissão de Juvenal Juvêncio do cargo de diretor das categorias de base, em Cotia.