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Incêndio destrói barracas e expõe sobrecarga no fornecimento elétrico

O imbróglio se desenrola há anos, com várias medidas judiciais, audiências públicas e troca de acusações.

Alagoas24horas

Incêndio destruiu três barracas na Favela de Jaraguá

Um incêndio que teria sido provocado por um curto-circuito destruiu três barracas na madrugada desta segunda-feira, dia 13, na Favela de Jaraguá. A comunidade, que foi parcialmente transferida para uma residencial no bairro do Trapiche, briga há anos com o poder público.

De um lado, alguns moradores exigem a permanência no local, com melhores condições de habitação, do outro lado, o poder público, que pleiteia a total desocupação para a revitalização da área.

O imbróglio se desenrola há anos, com várias medidas judiciais, audiências públicas e troca de acusações. Segundo a comunidade, um novo prazo foi estabelecido no próximo dia 20 de janeiro, quando os moradores ‘resistentes’ deverão deixar o local.

A área é apontada pelo Comando de Policiamento da Capital (CPC) como crítica do ponto de vista da criminalidade. Sua localização favoreceria a presença de traficantes de drogas em meio aos legítimos pescadores.

O incêndio de hoje expõe mais uma fragilidade da comunidade. Sem local adequado para guardar o pescado, os moradores acumulam freezers e geladeiras em espaços exíguos e com ligações nem sempre corretas de eletricidade. Uma moradora afirmou à reportagem do Alagoas 24 horas que possui cinco geladeiras na sua casa, evidenciando a sobrecarga da rede.

Segundo Cícero Cavalcante, que mora há 40 anos no local, o incêndio destruiu completamente a sua casa, além de todo o pescado, fruto do seu trabalho, congelador, equipamento de GPS utilizado na navegação, além de dinheiro, resultado da comercialização do pescado no final de semana. “Perdi tudo”, desabafou. Uma mulher ficou ferida na perda durante o incêndio.

Questionado se estava inserido em algum programa de habitação, Cícero Cavalcante disse ter sido inserido desde a administração da prefeita Kátia Born, sem nunca ter sido beneficiado. Nos escombros do seu barraco é possível ver a letra “F” pintada, que indica os moradores que se recusam a deixar a favela nas condições propostas pelo município.

Prefeitura

A Secretaria Municipal de Habitação Popular e Saneamento informa que cerca de 50 famílias ainda serão transferidas para a Vila dos Pescadores. Com a desocupação da área da Favela de Jaraguá a Prefeitura dará início à construção da segunda etapa da Vila, que inclui a instalação de um setor pesqueiro. Os depósitos para armazenamento do pescado serão os primeiros equipamentos a serem construídos para que os pescadores não tenham prejuízo.