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Curso sobrevivência aquática mobiliza policiais militares

Treinamento incomum reuniu cerca de 40 militares na manhã desta quinta-feira (16), em Guaxuma. Objetivo é capacitar a equipe para situações adversas e que necessitem do improviso e conhecimento técnico durante um resgate aquático.

Alagoas24horas

Curso de salvamento aquático foi ministrado em Guaxuma

É de conhecimento público que a Polícia Militar trabalha com a manutenção da segurança da sociedade. O sistema de repressão dos agentes de Estado que utilizam armas de fogo nas operações urbanas deram lugar, na manhã desta quinta-feira (16), em Guaxuma, Litoral Norte de Maceió, a um treinamento diferente do usual da corporação: o resgate vítimas de afogamentos no mar.

O treinamento de capacitação aquática e primeiros socorros dura cerca de quatro meses. Na manhã de hoje, cerca de 40 policiais formaram o primeiro Curso Policial de Capacitação Aquática (CPCA) que conta com a participação de oficiais e praças e até um agente penitenciário.

“Há 17 anos dou instrução desse tipo para policiais militares, a ideia surgiu após a morte do meu irmão, que era militar, após um acidente náutico. Ele estava em um barco em alto mar que virou e ele morreu afogado”, relata o tenente Salomão.

O tenente fez uma pesquisa na corporação e notou que cerca de 90% dos oficiais não sabiam nadar ou não estavam preparados para situações similares no mar. “Notei que quase todo mundo não tinha treinamento específico para entrar no mar. Muitos policiais acabavam ignorando a necessidade por acharem que não precisavam e, a partir daí, resolvi montar o curso”, complementa o tenente.

Diferentemente do treinamento fornecido aos militares do Corpo de Bombeiros, o CPCA trabalha com o básico que envolve aulas de segurança ambiental e noções básicas de primeiros socorros. “Nós aqui não formamos guarda-vidas como no Corpo de Bombeiros, que isso fique bem claro, tem muita gente que inicia o curso sem nem saber nadar. Ensinamos a sobrevivência”, destaca o tenente.

Antes de entrar no mar, os militares começam a receber a instrução em piscinas onde, logo em seguida, são informados sobre as características de cada mar e como proceder em relação as correntes marítimas que podem se tornar traiçoeiras para quem tenta o resgate.

E, como parte do treinamento, os cerca de 40 militares que participam das aulas de simulação no mar com o próprio fardamento em uma profundidade de 5 ou 6 metros. O uso do fardamento serve para agilizar o salvamento, já que a urgência não permite a retirada do uniforme.

“É muito importante esse curso, no resgate recente de três turistas avistados na praia do Gunga, em Barra de São Miguel, um helicóptero da Polícia Militar fazia o patrulhamento na região e os militares mergulharam na água para socorrer os tripulantes”, narra o tenente.
Apesar do susto, o caso ocorrido na última segunda-feira (13), não registrou mortos ou feridos.

Outro caso semelhante foi vivido pelo também instrutor cabo Cândido, há cerca de oito anos atrás. “Na ocasião eu estava de folga na praia quando uma mulher estava se afogando no mar. A vi entrar em pânico, o que é ruim, então decidi entrar no mar. Resgatei ela de uma vala marítima”, narra orgulhoso.

O curso teve início em dezembro de 2013 e deve prosseguir até março. Novos treinamentos serão realizados após esse período.