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De pets a comida da vovó: os mimos que os hospitais oferecem aos pacientes

Fazer com que o ambiente de internação fique o mais parecido possível com o clima de casa ajuda na eficácia do tratamento e na adesão do doente à terapia, dizem especialistas

Divulgação

Nick proporciona conforto e afeto aos pacientes que estão internados

Ao menos uma vez na semana os pacientes internados no Hospital Paulistano recebem uma visita de baixa estatura, devidamente identificada com crachá com foto no pescoço, de língua de fora, fartos pelos dourados e quatro patas: é o golden retriever Nick que bate à porta para brincar por alguns minutos com cada paciente. Além de Nick, que foi treinado para essas visitas, o doente tem a possibilidade – sempre com a autorização médica e seguindo um protocolo de segurança – de levar seu próprio animal de estimação para o hospital.

É um mimo que, para além de agradar o paciente, ajuda na eficácia do tratamento. "A terapia com animais de estimação melhora o humor, os níveis de pressão arterial e facilita a interação social", explica Viviane Tabone, coordenadora médica do Centro de Medicina Preventiva do Hospital Israelita Albert Einstein. Lá, desde que higienizados, outros bichos também têm a entrada liberada: “Já recebemos de tudo: papagaios, cachorros, coelhinhos", comenta a gerente do serviço de atendimento ao consumidor do hospital, Rita Grotto.
E, se o bicho é de casa, por que a comida também não pode ser? No Hospital Alemão Oswaldo Cruz, os pacientes não ficam com água na boca: se a vontade de comer milho verde for muita e a dieta permitir, o chef de cozinha prepara o quitute. Isso também vale para um cuscuz ou qualquer outro prato que o paciente manifestar desejo. "Para os pacientes oncológicos ou que fazem radioterapia, o cheiro da comida pode provocar enjoos, então oferecemos lanches como opção de almoço, para que eles se sintam bem", diz Joyce Rebouças Passos, gerente de nutrição do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

No Hospital 9 de Julho, a proposta dos cozinheiros é sempre preparar uma refeição com "sabor caseiro". No Eistein, além do sabor, a comida pode mesmo vir de casa. Se o paciente se sentirá mais animado se comer o boló da avó, que seja feito o bolo!

Bolo até para comemorar! No Hospital Paulistano, há cardápios especiais caso o paciente comemore aniversário ou datas como bodas de prata e de ouro enquanto estiver internado.

Por trás de todos os mimos "com cara de casa", dizem os especialistas, está sempre a preocupação em possibilitar que o paciente se sinta confortável no ambiente e disposto a acreditar no sucesso do tratamento.