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Ativistas do movimento negro são proibidos de entrar no JK Iguatemi

Manifestantes protestam contra a proibição de rolezinhos no shopping center, em São Paulo.

Eduardo Enomoto/R7

Shopping center de São Paulo fechou as portas para ativistas

No início da tarde deste sábado (18), cerca de 200 ativistas pelos direitos dos negros protestaram contra o impedimento da entrada de jovens em shopping centers de São Paulo, nos chamados rolezinhos. Reunidos no Parque do Povo, na zona sul da cidade, membros de grupos como o Uneafro, Círculo Palmarino e Conen vestiam camisetas dos Panteras Negras e entoavam hinos dos Palmares no “Rolé contra o Racismo no JK Iguatemi”.

— Palmares não vive, mas faremos Palmares de novo.

Por volta das 13h40, a concentração seguiu pela avenida JK até chegar à frente do shopping JK Iguatemi, que já estava com as portas fechadas. Em frente à porta do shopping, os manifestantes fizeram um pronunciamento, em que afirmavam que a atitude do centro de compras de fechar as portas significa que “é melhor não ter ninguém do que ter negros e pobres aí dentro”.

Sem conseguir entrar no shopping, os ativistas informaram à imprensa, por meio de um advogado, que iriam registrar um boletim de ocorrência em delegacia próxima, já que o JK Iguatemi proibiu a entrada do grupo sob a alegação de que eles organizariam um tumulto lá dentro — algo que os dirigentes do shopping center não poderiam inferir.

No fim de semana passado, o JK Iguatemi conseguiu liminar para proibir a entrada de jovens que pretendiam participar de um rolezinho. Desde então, os passeios de jovens da periferia em centros comerciais viraram tema de debates políticos e passaram a mobilizar movimentos sociais.