Advogado dá à polícia contato de homem que acendeu rojão no Rio
O advogado Jonas Tadeu Nunes, responsável pela defesa de Fábio Raposo, que admitiu ter passado um rojão ao homem que deflagrou o artefato que atingiu o cinegrafista Santiago Andrade, foi à 17ª DP (São Cristóvão) na tarde desta segunda-feira (10) e deu ao delegado Maurício Luciano o nome, o codinome e o CPF do autor do disparo do rojão. O cinegrafista teve morte cerebral divulgada na manhã desta segunda.
Em entrevista à GloboNews, Nunes declarou que o nome foi dado por um conhecido de Raposo. Seu cliente, Fábio Raposo, foi detido no domingo após admitir ter passado o rojão a outro homem. Em depoimento, afirmou não conhecê-lo. Mas foi indiciado como coautor dos crimes de tentativa de homicídio e explosão. O advogado disse que também se ofereceu para defender o autor do disparo e vai pedir que se entregue.
"Acho uma bobagem ele continuar foragido", disse o delegado.
O cinegrafista teve morte cerebral decretada por volta do meio-dia desta segunda. Ele sofreu afundamento do crânio e foi submetido a uma cirurgia na madrugada de sexta. Desde então, era mantido em coma induzido.
Mais cedo, à Rádio CBN, Jonas afirmou que acredita que, com a apresentação do nome, Raposo terá o benefício da delação premiada. "O instituto da delação premiada, ela foi concluída, sim. Naquele momento, dentro da delegacia, passou a ser um momento muito tenso. Em um determinado momento em que eu fiquei sozinho com o Fábio, ele pediu que eu procurasse uma determinada pessoa e que essa pessoa ia me passar a identificação do rapaz. Eu já tenho essa identificação, mas eu vou passar para a autoridade policial. Eu já tenho o nome do rapaz, eu já tenho a qualificação dele e logo, logo vai estar nas mãos da autoridade policial para o cumprimento da delação premiada”, afirmou o advogado durante a entrevista.
Jonas aproveitou para reafirmar que Fábio não conhece o suspeito: “Esse rapaz que acendeu o rojão e o Fábio se conhecem apenas de manifestações. Eles não pertencem a nenhum grupo e não foram com nenhuma finalidade. Não levaram nenhum rojão. O que o Fábio declara é que o rojão foi achado. E, como eles se encontraram, o rapaz pediu que passasse o rojão. Aquilo tudo é verdadeiro. Foi apenas uma inconsequência, um ato de irresponsabilidade e de negligência de acender o pavio no meio daquela confusão toda e acontecer o que aconteceu de forma lamentável e triste com o cinegrafista”.
O advogado disse também que não tinha conversado até a tarde desta segunda com o rapaz que acendeu o rojão, mas ficou sabendo por uma pessoa que conhece seu cliente que ele está abalado.
“Os dois estão muito abalados com isso, e a verdade é essa. Não conversei com o rapaz, mas conversei com pessoa muito próxima a ele. Ele está muito abalado, muito nervoso, desesperado, já pensou até em suicídio e tudo. Eu estou aproveitando, por intermédio dessa pessoa, a oportunidade para convencê-lo a se entregar, a se apresentar espontaneamente à autoridade policial”.