Santa Casa de Maceió forma mais 13 médicos especialistas
Considerando que mais de 180 mil médicos brasileiros não possuem título de especialista e que existe uma forte concentração de especialistas no Sul e Sudeste, as instituições de saúde no Norte-Nordeste – e particularmente em Alagoas – devem preservar e ampliar seus programas de Residência Médica. Esse foi o cerne do discurso do urologista Humberto Montoro, presidente da Comissão Estadual de Residência Médica de Alagoas, na formatura da turma 2014 de médicos residentes da Santa Casa de Maceió.
Os números apresentados por Humberto Montoro revelam uma maior concentração de profissionais especialistas nas regiões Sul e Sudeste em detrimento ao Norte e Nordeste, onde predominam os médicos generalistas (ou seja, médicos sem título de especialidade).
Enquanto na Região Sul existe quase dois especialistas (1,85) para cada médico generalista, no Nordeste essa proporção é de 0,92 especialistas para cada generalista, ou seja, ocorre o inverso, há mais profissionais sem especialidade do que com título. “Daí, a importância dos atuais programas de residência na formação profissional em Alagoas e de momentos como este onde a Santa Casa de Maceió entrega a sociedade novos médicos especialistas”, disse Montoro.
Na turma 2014, a Santa Casa de Maceió formou 13 médicos residentes, sendo quatro da Clínica Médica, dois da Cirurgia Geral, um ginecologista/obstetra, um pediatra, dois ortopedistas, um nefrologista e dois otorrinolaringologistas. Do grupo, a instituição contratou um dos ortopedistas para integrar sua equipe. Outros aguardam ou já confirmaram o ingresso em importantes centros hospitalares, como o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (SP) e a Santa Casa de Porto Alegre, onde prosseguirão seus estudos.
Em seu discurso, na solenidade realizada no Centro de Estudos Santa Casa de Maceió, o provedor Humberto Gomes de Melo destacou os investimentos realizados na Residência Médica e seu compromisso em manter a vocação histórica da instituição como hospital de ensino. Ele lembrou que antes da abertura da Universidade Federal de Alagoas, a Santa Casa de Maceió era o campo de aprendizado da Faculdade de Medicina de Alagoas, responsável pela formação de várias gerações de médicos em Alagoas. “O reconhecimento da Santa Casa de Maceió como Hospital de Ensino, pelo Ministério da Educação e da Saúde, confirma que estamos no caminho certo”, disse o provedor.
Já o diretor médico da Santa Casa de Maceió, Artur Gomes Neto, destacou a qualidade dos profissionais egressos da Residência Médica e a contribuição da instituição em sua formação profissional. Ele citou o caso dos ortopedistas Francisco Honório Junior, Jackson José Florêncio Junior e Márcio de Farias Alves aprovados no exigente exame para título de especialista da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. “São médicos que levarão consigo o conhecimento e a prática adquiridos na Santa Casa de Maceió”, resumiu o diretor médico.
Para a gerente de Ensino e Pesquisa, Maria Alayde Mendonça Rivera, a contribuição da Santa Casa de Maceió para a sociedade é a de “formar médicos dentro dos princípios da Acreditação, empenhados em manter o foco na segurança do paciente, na excelência da prática assistencial e no humanismo da relação médico-paciente”.
Já o presidente do Centro de Estudos Professor Lourival de Melo Mota, o médico Duílio Marsiglia, lembrou aos residentes que estão na Santa Casa de Maceió de que os preceptores buscam transmitir o melhor dos seus conhecimentos; a instituição oferece os recursos necessários ao desempenho de suas atividades, mas é o desejo de aprender e ampliar os horizontes que define o perfil do profissional que será formado na Residência Médica.
Um diferencial da formatura este ano foi a abertura dos microfones para os preceptores e representantes de cada programa. Nos breves discursos “professores” e “alunos” puderam prestar homenagens e realizar agradecimentos. O evento foi concluído com a aposição da tradicional placa com o nome dos formandos e o coquetel comemorativo.