Prazo para entrega da Arena da Baixada é 15 de maio, segundo o secretário-geral da Fifa, Jèrôme Valcke.
Arena da Baixada foi liberado
Fim da novela que gerava mais apreensão antes do pontapé inicial entre Brasil e Croácia, no dia 12 de junho: Curitiba segue na Copa do Mundo. O anúncio foi feito nesta terça-feira pelo secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, pelo Twitter, no congresso técnico de seleções que acontece em Florianópolis. A decisão, no entanto, foi tomada ainda pela manhã, em reunião que se desenrolou na capital paranaense.
O encontro teve o consultor de estádios da Fifa, Charles Botta, o prefeito Gustavo Fruet, o secretário da Copa no Paraná, Mario Celso Cunha, e o presidente do Atlético-PR, Mario Celso Petraglia.
Segundo o ESPN.com.br apurou, a discussão entre as partes durou aproximadamente meia hora e se restringiu basicamente à explicação das autoridades locais sobre a engenharia financeira que será realizada para assegurar a entrega da Arena da Baixada dentro do limite máximo. Como se previa, o dinheiro do BNDES não sairá nos próximos dias, mas a prefeitura se comprometeu a fazer o empréstimo dos R$ 65 milhões que faltavam para fechar a conta.
Quando a verba do BNDES for, então, liberada, ela recebe o valor de volta.
A princípio, cercado de mistério, a reunião se desenrolou sem grande apreensão e contou apenas com um pedido por parte do consultor da Fifa, Charles Botta, para que ao menos um evento-teste fosse realizado no estádio ao fim de março.
Ao todo, a Arena da Baixada receberá quatro partidas no Mundial, todos eles na fase de grupos: no dia 16 de junho, às 16h (de Brasília), jogam Irã e Nigéria (em confronto válido pelo grupo F); no dia 20, às 19h, Equador x Honduras (grupo E); dia 23, às 13h, Espanha x Austrália (grupo B); e, dia 26, às 17 h Argélia x Rússia (grupo H).
O CT do Caju, também pertencente ao Atlético-PR, servirá como base para a seleção espanhola, atual campeã mundial.
Não existe ainda um orçamento fechado de quanto o estádio, que, até cerca de um ano atrás, se encontrava entre um dos mais adiantados, custará. O Atlético-PR, o governo e a prefeitura trabalham informalmente com a cifra de R$ 330 milhões, mas, como ainda se encontra em auditoria, ele deve ser alterado nos próximos meses.
Curitiba escapa de multa de R$ 100 mihões
Os problemas de atraso nas obras da Arena da Baixada foram tornados públicos pela primeira vez antes do sorteio dos grupos na Copa do Sauípe, na Bahia, em dezembro. Na ocasião, uma comitiva paranaense foi até o complexo de hotéis tratar do assunto com a Fifa. Os conflitos internos na organização ficaram claros, em discussão acalorada do presidente do Atlético-PR, Mario Celso Petraglia, e o secretário municipal da Copa em Curitiba, Reginaldo Cordeiro.
Existia a preocupação entre os dirigentes locais de que, em caso de exclusão da capital paranaense, a Fifa pudesse recorrer à Lei Geral da Copa para acionar na Justiça a União, que poderia pedir posteriormente o ressarcimento dos gastos aos responsáveis diretos pelos danos, neste caso, a prefeitura, o governo estadual e o Atlético-PR.
O valor da multa superaria os R$ 100 milhões.
A princípio, segundo o "Stadium Agreement", contrato para sediar a Copa, em caso de encerramento do contrato, a Fifa deveria informar as partes por escrito de sua decisão e conceder ainda três meses para que elas pudessem contornar a situação. É o que prevê o artigo 9.6 do documento "se a autoridade do estádio violar qualquer termo". O secretário da Copa no Paraná, Mario Celso Cunha, assegurou não ter recebido qualquer aviso.
O prazo para entrega da Arena da Baixada é 15 de maio.