Dois anos após o tratamento ter começado, Charlotte já consegue falar e se movimentar sem a cadeira de rodas e está livre das convulsões diárias.
O quadro médico de Charlotte Figi, garota norte-americana de 5 anos, deixou médicos de Colorado Springs, nos EUA, sem saber o que fazer por basicamente três anos. Com um grave disturbio genético, ela tinha aproximadamente 300 convulsões por semana e só conseguia se locomover utilizando cadeira de rodas. Como última alternativa para o tratamento da filha, Paige Figi decidiu apostar no uso da maconha medicinal.
Dois anos após o tratamento ter começado, Charlotte já consegue falar e se movimentar sem a cadeira de rodas e está livre das convulsões diárias. Sua recuperação inspirou pesquisadores e fez com que o nome do complexo com base de maconha que ela usa fosse rebatizado – chama, agora, Charlotte’s Web. Por conta da eficácia do tratamento da filha, Paige se transformou em ativista pela legalização do uso medicinal da erva.
Após o tratamento de Charlotte, Paige cultiva ao lado do marido uma estufa com várias plantas de maconha, das quais extrai o princípio que ajuda no controle das convulsões e mistura a azeite para que possa ser utilizado por outras pessoas que sofrem do mesmo mal. Ela e sua família aproveitam que o Colorado, estado no qual vivem, é um dos locais nos EUA nos quais a maconha é legalizada para uso medicinal.
Desde que a história de Charlotte ficou famosa e o Charlotte’s Web passou a ser produzido, mais de 100 famílias já se mudaram para a região por conta do produto. Elas formaram uma pequena comunidade de auto-sustento que gira em torno da produção da essência. De acordo com Paige, não há tentativa de comercialização com fins lucrativos. E, diferente do que pensa a maioria, o não há qualquer efeito psicotrópico na essência produzida.
Apesar do relativo sucesso do Charlotte’s Web, médicos da região afirmam que não há nenhum tipo de comprovação científica que viabilize o tratamento por meio da essência como modo garantido de melhora ou cura. Vice-presidente da Sociedade Americana de Epilepsia, Amy Brooks-Kayal alerta que "histórias miraculosas sobre cura surgem e desaparecem com enorme frequência".