A corte não era ampliada desde 1959.
Desembargador Eduardo José de Andrade
O desembargador Eduardo José de Andrade se aposentou do Tribunal de Justiça de Alagoas, em sessão do Pleno na manhã desta terça-feira (25). Durante a solenidade, colegas desembargadores do TJ/AL, entre eles o presidente da Corte, discursaram, prestando homenagens. Um vídeo produzido pela TV Tribunal foi exibido aos presentes, com depoimentos de familiares, amigos e companheiros profissionais que participaram da história do desembargador.
Eduardo Andrade fez uma avaliação dos desafios enfrentados pela Justiça durante sua trajetória como magistrado. “Sabe-se quando a demanda começa, todavia não se sabe quando o processo termina. Contudo, muito foi feito nesse sentido, de racionalização dos meios disponíveis, para o aperfeiçoamento da prestação jurisdicional”.
Emocionado, agradeceu aos colegas desembargadores e funcionários da Corte. “Meu abraço fraterno a todos aqueles servidores que fazem parte deste Tribunal”. Agradeceu também aos seus assessores, que possibilitaram a produtividade do gabinete de mais de 70%, conforme relatou. “Aos demais colegas magistrados, eu afirmo a minha crença de um futuro mais promissor para a Justiça alagoana”, discursou.
Presidente e vice-presidente destacam trajetória de Eduardo
O desembargador José Carlos Malta Marques teceu elogios ao companheiro, “como presidente do tribunal, e na condição de velho amigo”. “Perdemos nós os conhecimentos de vossa excelência e a companhia deste amigo que tenho desde antes até de sermos magistrados. Desejo a vossa excelência a melhor das vidas, muitas felicidades, muito sossego e um merecido descanso” afirmou.
O presidente lamentou, por outro lado, que a legislação obrigue a aposentadoria de um profissional em plena capacidade intelectual e convidou Eduardo Andrade a continuar contribuindo com o Judiciário.
O vice-presidente do Tribunal, Tutmés Airan, também fez questão de se pronunciar. “O desembargador Eduardo é um homem singular, de fala mansa, educado e gentil, mas muito consciente e muito convicto em torno das suas ideias e da sua perspectiva de mundo. É daqueles homens que não precisa falar alto para ser escutado”.
Em vídeo produzido pela TV Tribunal, da Diretoria de Comunicação do TJ, o pai de Eduardo Andrade, Amauri Vasconcelos de Andrade, falou com orgulho do filho, que sempre se dedicou aos estudos. “O que podia haver de mais alegre para um homem é a liberdade que o estudo traz” declarou.
"Soube angariar respeito e simpatia de todos", diz desembargador
O desembargador Paulo Lima, amigo pessoal de Andrade, também prestou suas homenagens. “No pouco tempo que passou aqui no Tribunal, ele soube angariar o respeito e a simpatia de todos os colegas e também dos funcionários”. A humildade e a simplicidade do desembargador foi enaltecida por todos os que discursaram.
O desembargador se aposentou compulsoriamente, já que esta foi a última sessão plena antes de o desembargador completar 70 anos de idade, o que acontece no próximo dia 7 de março. A aposentadoria abre vaga para um novo desembargador, a ser escolhido por critério de merecimento.
Eduardo José de Andrade nasceu em São José da Laje
Nascido no município de São José da Laje, em 1944, Eduardo José de Andrade formou-se em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Atuando na magistratura desde 20 de abril de 1976, iniciou suas atividades como juiz substituto da Comarca de Batalha.
Em 1984, foi promovido para a Comarca de Porto Calvo, de 2ª entrância, pelo critério de antiguidade. Também por antiguidade, foi promovido para a 2ª Vara Cível da Capital, de 3ª entrância, em 1992. Em janeiro de 2009, foi aclamado desembargador pelo critério de antiguidade, após 33 anos de carreira no Poder Judiciário.
Anteriormente, o desembargador também trabalhou no Ministério Público Estadual, no Banco Comércio e Indústria da América do Sul e no Banco do Nordeste.
Posse histórica no Judiciário alagoano: 22 de maio de 2009
A posse de Eduardo Andrade aconteceu conjuntamente com outros 4 desembargadores, no dia 22 de maio de 2009. A ocasião foi histórica porque a partir de então, TJ/AL passou a contar com 15 integrantes. A corte não era ampliada desde 1959.
À época foram empossados os desembargadores Alcides Gusmão da Silva, Otávio Leão Praxedes e Nelma Torres Padilha, magistrados de carreira, e Tutmés Airan de Albuquerque Melo, ocupando a vaga reservada à Ordem dos Advogados do Brasil, em virtude do Quinto Constitucional.
Prestigiaram a solenidade de despedida dezenas de autoridades, como magistrados, advogados, promotores e procuradores. Entre elas, os ex-desembargadores Antônio Sapucaia e Estácio Gama de Lima, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas, Thiago Bonfim, a presidente da Associação dos Magistrados de Alagoas, Fátima Pirauá, e o desembargador do Tribunal Regional Eleitoral, Luciano Guimarães.