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‘Alagoas lidera ranking de tráfico humano e de mulher na Espanha’, afirma Dom Muniz

Os dados, apresentados por Dom Muniz, são coletados anualmente junto as conferencias episcopais de cada país e organizados pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) juntamente com a Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil (OAB).

Alagoas24horas

Arcebispo metropolitano de Maceió, Dom Antonio Muniz

A Espanha é o local que mais acolhe mulheres alagoanas para e exploração sexual e, segundo Dom Antonio Muniz, arcebispo metropolitano de Maceió, aliado a isso, o tráfico de homens e mulheres para o trabalho em situação de escravidão, “ainda são as marcas fortes” do Estado.

Os dados, apresentados por Dom Muniz, são coletados anualmente junto às conferências episcopais de cada país e organizados pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) juntamente com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (OAB).

De acordo com o arcebispo, o tráfico humano se dá em três esferas: tráfico de pessoas para o trabalho escravo, tráfico de pessoas para a prostituição e tráfico de crianças. “Essa modalidade (tráfico de crianças) é o mais perverso porque é disfarçado de adoção para depois roubar e vender no mercado ilegal os órgãos dessas crianças. E essa realidade é conhecida por todos os órgãos de proteção e nada é feito”, destacou.

Para ele a realidade é assustadora e a intenção da Igreja Católica é usar a palavra de seu messias, Jesus Cristo, para sensibilizar as pessoas durante a o período quaresmal, que inicia em todo o país nesta quarta-feira de cinzas, por meio da Campanha da Fraternidade 2014, com o tema: Fraternidade e Tráfico Humano. A celebração em Maceió será às 18h na Catedral Metropolitana.

“Queremos ser a voz da população sofrida e abafada”, destacou o arcebispo ao Alagoas24horas, enfatizando que a ação foi proposta pelo papa Francisco, após visita a ilha de Lampedusa, lugar de maior prostituição na Europa. “Ele (o Bispo de Roma) quis romper com a indiferença e propôs que a igreja no mundo abordasse esse tema que é reflexo da globalização da sociedade”.

Ele destacou ainda que a intenção da igreja em Maceió é debater o tema ao longo do ano e que no próximo dia 16, na catedral, terá uma mesa redonda com a participação da OAB/AL, Ministério Público Estadual (MPE) e a presença de parlamentares, inclusive de Câmara dos Deputados.

“Vamos ser uma ponte para que as pessoas denunciem essas atrocidades e não fiquem calados, a nossa intenção é romper o silêncio que ainda há”, concluiu.