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Portugal The Man leva psicodelia ao Lolla e deve tocar cover de Pink Floyd

Ao G1, baixista conta que álbum anterior quase causou o fim da banda. Grupo do Alasca se apresenta no sábado e diz estar em sua 'melhor fase'.

Divulgação

John Gourley, Zachary Carothers, Kyle O’Quin, Kane Ritchotte e Zoe Manville do grupo Portugal. The Man

O grupo americano Portugal The Man tem quase 15 anos de carreira, sete discos lançados, mas está pela primeira vez na América do Sul, onde já se apresentou nas edições chilena e argentina do Lollapalooza durante essa semana. A banda toca neste sábado (5), às 17h, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.

Em entrevista ao G1, por telefone, o baixista Zachary Carothers conta que a banda está agora em sua "melhor fase" e que isso transparece no disco mais recente, "Evil friends". "Quando estávamos gravando nosso álbum anterior, foi o pior momento da nossa vida. Não éramos legais uns com os outros, e as coisas estavam indo muito, muito mal. A banda quase terminou porque foi muito pesado e obscuro. ‘Evil friends’ é sobre isso, sobre nós, nossa amizade que resistiu", afirma Carothers.

Para o show em São Paulo, Zach diz que o grupo ainda não tem nada preparado. Ele e os outros integrantes costumam montar o setlist cinco minutos antes de ir ao palco porque gostam de "sentir a energia do festival". No Chile, porém, o Portugal The Man conseguiu ganhar o público com faixas arrastadas e eufóricas, como a esperta "Modern Jesus", além de uma versão climática com sintetizadores de "Another brick in the wall part 2", do Pink Floyd.

"O setlist em um festival precisa ser algo que mova as pessoas. Tocar faixas muito lentas em um festival é meio estranho. Tem que ser um setlist que agite o público, não com muitas pausas e alguns covers", diz. "Festivais são divertidos para covers, pois é mais do que um monte de bandas tocando, é uma gigante celebração da música."

A psicodelia do Portugal The Man, no entanto, é totalmente sóbria. "Não usamos drogas. Seria mentira se eu dissesse que nunca usei, mas somos muito profissionais. Nós festejamos muito e bebemos mais que a maioria das bandas, mas acho que não pode associar rock psicodélico ao uso de drogas, não é algo que precisamos". Zach também afirma que o grupo é muito influeciado pelo trabalho de rappers, como Kanye West e Drake, o que é bem perceptível na faixa "Hip hop kids".

O baixista diz que todos os integrantes da banda, nascidos no Alasca e com idade em torno dos 30, foram muito influenciados pela MTV. "Crescemos meio isolados, não havia algo para nos influenciar, então assistir ao canal fez a gente querer ser músico. Mas eu nunca levei tão a sério até que começamos a viajar, fazer turnês. Vir para o Lollapalooza no Brasil é inacreditável, é louco, nunca imaginei isso".

Zach conta que, no início do ano, ficou amigo do pessoal do Arcade Fire (que também toca no Lolla) em um festival na Austrália, e promete que não vai ficar dentro do hotel, "como algumas bandas". "Nós gostamos de conhecer as pessoas, de ver a cidade, experimentar a comida. Eu adoro ver tanta gente amando música, e estar lá no sol quente, em um lugar vibrante, que você pode sentir a felicidade no ar, e fazer um monte de amigos".

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