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Arena da Amazônia impressiona, mas ainda peca nos serviços

Apesar da beleza que chega a impressionar, a Arena da Amazônia pecou em serviços básicos de lanchonetes, tecnologia, sistema de som, telefonia e informação nesta quinta.

ESPN

A beleza da Arena da Amazônia deixou boa impressão nos torcedores

À primeira vista a Arena da Amazônia está quase perfeita, um belo e moderno estádio com capacidade para 45 mil pessoas digno de receber grandes jogos da Copa do Mundo. Basta um olhar mais aprofundado, no entanto, para observar falhas e pontos importantes a serem corrigidos até o Mundial. No primeiro evento-teste avaliado pela Fifa e pelo COL (Comitê Organizador Local), no empate entre Resende e Vasco por 0 a 0, pela Copa do Brasil, nesta quinta-feira à noite, o estádio de Manaus mostrou ter sua forma aprovada, mas o conteúdo ainda deixa a desejar.

Apesar da beleza que chega a impressionar, a Arena da Amazônia pecou em serviços básicos de lanchonetes, tecnologia, sistema de som, telefonia e informação nesta quinta. Também houve deslizes na entrada dos torcedores ao local e três invasões de campo após o apito final. Por outro lado, internamente o estádio ganhou melhorias em obras de acabamento em comparação à inauguração no dia 9 de março, na partida entre Nacional e Remo, pelo Copa Verde. No entorno, porém, praticamente nada foi modificado em relação ao antigo Vivaldão, demolido para dar lugar à arena da Copa. AInda é possível observar muitas obras, entulho e uma montanha de terra logo ao lado.

"De forma geral, nós do COL e da Fifa estamos muito satisfeitos com o evento. Claro que no primeiro evento-teste nós não esperamos que tudo saísse perfeito. Existem pontos que precisam ser corrigidos, mas para isso que servem os testes. Vamos corrigir alguns probleminhas e avançar na preparação para a Copa", avalisou Thiago Paes, gerente geral de integração operacional do COL.

Entre os "probleminhas" durante partida que recebeu 40 mil espectadores e encheu a arena de vascaínos, poucos afetaram diretamente o torcedor, mas vários precisam de ajustes para cumprirem as exigências da Fifa quanto ao trabalho da mídia e de outros setores, de acordo com os padrões internacionais.

O sinal de telefone celular e internet móvel ficou indisponível durante quase todo o tempo, já que cabos e antenas adequados ainda não foram instalados. O sistema de som também apresentou qualidade baixa, dificuldando a compreensão dos anúncios ao público. Na hora da execução do hino nacional brasileiro antes de a bola rolar, por exemplo, o áudio simplesmente não funcionou.

Outra falha foi no projeto dos banheiros, que causou falta de privacidade e permite que parte dos mictórios seja visto por quem passa do lado de fora. A boa vontade e simpatia dos voluntários que orientavam o público vale destaque, mas uma certa desorganização permitiu que espectadores com ingressos do setor superior (mais barato) pudessem assistir à partida nas cadeiras inferiores (mais caras). Os bilhetes ainda não tinha assentos numerados neste evento.

"Gostei bastante do estádio, é bonito, moderno e tive tranquilidade para chegar até aqui. Só acho que está um pouco desorganizado ainda, sem separação dos setores superior e inferior. Nem todos os seguranças conferem o ingresso, então as pessoas estão ficando onde querem", afirmou o torcedor vascaíno Magno Conte.

A segurança com agentes privados e policiais militares teve mais pontos positivos do que negativos, mas também apresentou falhas. Não houve registro de grandes incidentes nem do lado de dentro e nem fora do estádio. Em uma pequena confusão durante o segundo tempo, os ‘stewards’ agiram rapidamente e expulsaram da arena um torcedor que vestia a camisa do Flamengo nas arquibanacadas. Após provocações, ele foi xingado pelos vascaínos e chegou a levar um tapa na cabeça. No final da partida, porém, três pessoas aproveitaram um vacilo de seguranças e invadiram o gramado.

Sem as obras do BRT e monotrilho inicialmente previstas para melhorar a mobilidade urbana de Manaus, o trânsito nos arredores da Arena da Amazônia era uma preocupação, houve tráfego lento de veículos, mas foi menor do que o esperado. Na entrada dos torcedores, porém, houve filas próximo ao horário do início do duelo. Apesar dos muitos bares e lanchonetes espalhados, a lentidão no atendimento causou esperas de mais de 15 minutos durante o intervalo do jogo.

"Eram mais de 30 mil pessoas, um dia de semana, às 19h30, era uma operação com alto risco de congestionamento na chegada do público, mas conseguidos ter uma operação razoável, bem sucedida. O nível de congestionamento nçao foi tão grande. Em relaçao à entrada do público, foi uma questão de falha de comuniação. Apesar de ter sido sinalizado, todo mundo chegou pela mesma entrada, então tivemos que fazer uma orinetação para melhorar o fluxo. Depois, foi aberta uma outra entrada que inicialmente era destinada apenas para cadeirantes. Temos que ter bom senso e rapidez para nesses casos para ajudar o espectador", explicou Miguel Capobiango, coordenador da Unidade Gestora da Copa (UGP) de Manaus.

A Fifa e o COL avaliaram sete pontos de serviço no evento-teste entre Resende e Vasco avaliou: áreas de competições (gramado), voluntários, limpeza e gestão de resíduos, serviço ao espectador, tecnologia, transporte e segurança. No entanto, outras áreas, como operações de imprensa, credenciamento e serviços especiais, que foram de responsabilidade dos gestores do jogo com apoio do Governo do Amazonas e Prefeitura de Manaus, ainda não estavam nos padrões da Copa do Mundo. As facilidades para imprensa, como conexão à internet, sala de coletivas e centro de mídia, obrigatória no Mundial, foram inexistentes nesta quinta.

Antes do início da Copa, o planejamento é realizar pelo menos mais um evento-teste na Arena Amazônia para corrigir os erros. Manaus será sede de quatro jogos, todos pela fase de grupos. O primeiro e mais aguardado duelo será entre Inglaterra e Itália, no dia 14 de junho, pelo Grupo D. Camarões x Croácia, Estados Unidos x Portugal e Honduras x Suíça também jogarão na capital amazonense.