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Paralisação de 24h reafirma unidade contra o congelamento de salário

Servidores reclamam da estrutura do prédio das Varas Trabalhistas no protesto

Sindjus

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Os servidores do Judiciário Federal de Alagoas participaram da paralisação nacional de 24 horas, reafirmando a unidade pela data-base com revisão salarial anual e contra o congelamento de salário. A categoria se concentrou em frente ao prédio das Varas Trabalhistas, na manhã da quarta-feira (09).

No local, o Sindjus/AL fez uma atividade de corpo a corpo junto aos servidores do órgão, convocando-os para o ato público com distribuição da “Carta à População”. Nos locais de trabalho, os servidores denunciaram os transtornos com a implantação do Processo Judicial Eletrônico. Eles destacaram que além da pressão sobre o PJe, os processos físicos estão se acumulando.

Estrutura do prédio das Varas
A categoria também se mostrou preocupada com as condições estruturais do prédio das Varas Trabalhistas, que já não comporta a demanda do atendimento à população. No local, funcionava um hotel que foi adaptado para abrigar as Varas Trabalhistas.

Buscando definir uma solução, o coordenador Jurídico do Sindjus/AL, Paulo Falcão, informou sobre a realização da assembleia setorial, no dia 23 de abril, às 10 horas, no auditório do Pleninho, no entanto, o local ainda depende de liberação da administração do Tribunal. Falcão disse que se não houver autorização, o sindicato realizará a assembleia em frente ao prédio das Varas Trabalhistas.

O sindicalista destacou que não dá para a categoria aguardar que o novo prédio, que está sendo construído ao lado do prédio sede, fique pronto, enquanto os servidores correm perigo. “Iremos solicitar laudo do Corpo de Bombeiros, do Crea e agendar uma reunião com a presidência do TRT para tratar do assunto”, adiantou.

Unidade de classe
No ato público, Paulo Falcão ressaltou a importância da unificação da luta dos trabalhadores públicos federais pela pauta geral e pelo cumprimento da data-base. Ele destacou a política de segregação do Supremo Tribunal Federal, que busca prestigiar apenas uma fatia da categoria com projeto próprio de plano de carreira em detrimento ao conjunto dos servidores do Judiciário Federal. De acordo com ele, o protesto contra essa política, fez com que o presidente do STF acenasse com a instalação de uma mesa de negociação. O sindicalista também convidou a categoria a discutir a construção de um plano de carreira que acabe com as distorções salariais existentes e debater os problemas como adoecimento, doenças ocupacionais, assédio moral, PJe etc.

Falcão também destacou que o PJe faz que com as atribuições dos cargos sejam as mesmas. Ele alertou que por trás disso havia a privatização e a terceirização dos serviços públicos.

O protesto dos servidores do Judiciário Federal contou com o apoio do Sindipetro, da CSP-Conlutas e do Movimento Mulheres em Luta (MML). O dirigente da CSP-Conlutas, Paulo Bob, destacou a importância do Sindjus à frente da luta da categoria, bem como a unificação da classe trabalhadora em defesa dos serviços públicos e privados. “Hoje é uma data histórica. É um dia de paralisação contra os ataques aos trabalhadores pelo governo Dilma, que investe na Copa, nas empreiteiras e nos banqueiros, deixando de lado os trabalhadores. Na Copa, queremos torcer por um Brasil de qualidade nos serviços públicos”.

Aprovando a defesa da unidade de classe, o coordenador Administrativo do Sindjus/AL, Alex Cardoso, defendeu que não adianta lutar isolado, citando, como exemplo, a paralisação dos policiais federais que foi suspensa pelo Supremo. O sindicalista também destacou que o governo fez acordo com as empreiteiras e empresários da Copa, concedendo reajuste aos contratos das obras.

Conscientizando os colegas que não participaram da paralisação, a servidora do TRT Soraia Cavalcante disse que decidiu lutar pelo seu direito de acordo com sua consciência. “Estou muito feliz que as minhas colegas da 8ª Vara também estão aqui. Ouvir muitos colegas dizerem que não iriam porque não havia proposta”, disse, acrescentando que o péssimo salário é o que há de concreto para a categoria que se omite.

O servidor do TRT João Carlos, o Joãozinho, lembrou de que todas as conquistas da categoria foram resultado de luta. “Os problemas dos servidores do Judiciário Federal não se resolverão desse jeito. Perdi uma função comissionada porque fiz greve, mas continuo na luta. Venham para a luta”.

Protesto contra o governo Dilma marca paralisação de 24 horas

Os servidores públicos federais realizaram uma caminhada e ato público na paralisação nacional de 24 horas, na tarde da quarta-feira (09). A concentração aconteceu, na Praça Sinimbu, e os servidores saíram em caminhada pelo Centro com parada em frente ao prédio do antigo Produban.

O protesto contou com a participação de estudantes, professores, servidores públicos federais, sindicalistas, trabalhadores do setor privado, movimentos sociais e partidos políticos de esquerda.

O coordenador Geral do Sindjus/AL, Paulo Falcão, revelou que o governo Dilma não deu nenhum sinal de abertura de negociação com os servidores este ano. Ele denunciou o risco da política de privatização do governo, a exemplo da saúde através das Organizações Sociais (OSs) e da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Reafirmou a importância de fortalecer a luta para enfrentar o governo que destina 42% do orçamento da União para pagamento da dívida pública, beneficiando banqueiros e empresários. Repudiou o projeto de lei que criminaliza os movimentos sociais, tornando protesto dos trabalhadores e estudantes em ato terrorista.

Esclarecendo o porquê da mobilização, o coordenador Jurídico do Sindjus/AL, Marcus Robson, utilizou, como exemplo, a decisão do Supremo Tribunal Federal contra a greve dos policiais federais. “Estamos nas ruas para dizer não a um governo insensível à população. Dizer não à cúpula do Judiciário que está em conluio com as forças antidemocráticas e capitalistas, tentando cercear a mobilização. Se opor às estruturas reacionárias. E mostrar que vamos derrotar esse governo que massacra os trabalhadores”, pontuou.

No protesto, entidades representativas dos estudantes, como o DCE-Ufal e a Anel, deram um recado a Dilma, dizendo que se o governo continuar ignorando os serviços essenciais, como Saúde, Educação, Segurança, Transporte, na Copa haverá luta.