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Produtos da Páscoa sofrem aumento neste ano

Pesquisa apontou ainda aumento da cesta básica e do custo de vida em Maceió

Com o objetivo de orientar o consumidor nas compras dos produtos da Semana Santa, a Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande), por meio da Superintendência de Produção da Informação e do Conhecimento (Sinc), divulgou, nesta quinta-feira (10), o resultado da pesquisa do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de Páscoa de 2014.

A pesquisa analisou cinco supermercados da capital alagoana, comparando os preços encontrados com relação ao mesmo período do ano passado. A grande procura pelos tradicionais ovos de páscoa e produtos típicos relacionados ao feriado fez com que os estabelecimentos comerciais aumentassem os preços nessa época.

Em 2014, a variação dos ovos de chocolate foi de 1,02%, menor que a das caixas de bombom (1,04%) e do vinho (1,05%). Quanto aos preços dos pescados, houve a queda do peixe dourado (-0,03%), do bacalhau saith (-0,07%), do filé merluza (-0,09%) e da sardinha fresca (-0,12%). Por outro lado, outros pescados sofreram aumento, como o bacalhau fresco (1,04%), o filé tilápia (1,09%), o salmão (1,16%), o sururu (1,05%) e o peixe serra (1,39%).

Segundo o diretor do IPC da Seplande, Gilvan Sinésio, o crescimento não ocorreu somente pela maior procura no período, mas também pelo aumento de 43,78% da carga tributária do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). “Os produtos da Páscoa podem ter mais de 50% de tributos, sendo um fator importante pelo encarecimento ainda maior do preços”, explicou.

Os produtos complementares aos pratos tradicionais do período festivo, a exemplo da azeitona (1,19%), do palmito (1,17%), da alface (1,08%), do leite de coco (1,09%) e do ovo de galinha (1,04%), também sofreram aumento neste ano. Já a cebola (-0,16%) e o repolho (-0,17%) tiveram variações negativas.

Custo de vida – Ainda de acordo com a pesquisa, no mês de março, o estudo apontou um aumento no custo de vida dos alagoanos e no preço da cesta básica em relação ao mês anterior, com variação de 0,80% e 1,98%, respectivamente.

Segundo os dados, o aumento da tarifa de ônibus foi o principal responsável pelavariação positiva do IPC de março, com variação de 8,7% em relação ao mês anterior. O aluguel residencial (1,67%), o tratamento de animais (1,64%), o tomate (1,57%), o pneu (1,33%) e o açúcar cristal (1,33%) são os outros itens que encabeçam a lista de produtos e serviços com maiores aumentos naquele mês.

De acordo com o gerente do IPC da Seplande, Gilvan Sinésio, o aumento da tarifa de ônibus de R$ 2,30 para R$2,50 representou uma variação de 3,02% no grupo de transportes, a maior inflação do mês de março.

“Como a coleta de dados para a pesquisa leva em consideração o consumo de bens e serviços pelos trabalhadores que recebem entre um e oito salários mínimos, o aumento da tarifa de ônibus teve grande influência nesse resultado, pois os trabalhadores que recebem até quatro salários mínimos são os maiores usuários de transporte público”, explicou.

Cesta Básica – Já compra dos itens básicos de alimentação comprometeu 35,42% do salário mínimo do trabalhador no mês de março, o equivalente a R$ 256,47. O resultado implicou no acréscimo de 0,69% em relação ao mês anterior (34,73%). Enquanto isso, o valor do preço da cesta variou 1,98%.

Dentre os alimentos que compõem a cesta básica alimentar, o tomate e o feijão foram os maiores vilões dessa vez, liderando o ranking dos principais produtos que impulsionaram o aumento da ração mínima alimentar no mês passado, com variação de 1,57% e 1,07%, respectivamente. Também compõem a lista, a manteiga (0,78%), o leite (0,77%), o arroz (0,77%), a banana (0,51%), a carne (0,51%), o açúcar demerara (0,21%), o óleo de soja (0,06%) e o café (0,04%).

“A estiagem causada por problemas climáticos foi a maior responsável pelo aumento do preço do tomate, bem como do arroz e do feijão, pois com a seca a oferta desses produtos no mercado é reduzida, ocasionando o encarecimento dos preços”, esclareceu Gilvan Sinésio.

Ainda de acordo com Sinésio, para comprar a cesta básica em março, cada trabalhador precisou trabalhar o equivalente a 76,43 horas. “Esse é um novo dado trazido pela pesquisa a partir de agora. Esperamos, com isso, divulgar um levantamento ainda mais completo a respeito do tema”, declarou.

Embora a cesta básica tenha registrado aumento no mês março, a capital alagoana encontra-se na média em comparação com outros estados da região Nordeste, a exemplo de Aracaju (R$ 225,82), João pessoa (R$ 263,17) e Natal (R$271,31), de acordo com pesquisa divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).