Velório e enterro de Guilherme Moura de Jesus ocorrem nesta segunda.
A Polícia Civil do Distrito Federal procura uma criança de 11 anos suspeita de matar um professor de inglês em uma tentativa de assalto ocorrida do último sábado (3) na Vila Vicentina, em Planaltina. A vítima, Guilherme Moura de Jesus, tinha 28 anos e levou um tiro na nuca na porta de uma igreja. Ele teria reagido depois de o garoto pedir a bicicleta e o celular dele. A corporação disse que não vai se pronunciar sobre o caso até o fim das investigações.
Se confirmado que o menino foi o responsável pelos tiros, ele vai ser encaminhado ao Conselho Tutelar. As informações foram passadas à polícia por testemunhas do crime, que ocorreu por volta de 8h30. O professor foi encaminhado ao hospital, e a morte cerebral dele foi confirmada neste domingo. Ele estava de mudança para Santa Catarina, onde passou no concurso da Polícia Militar.
Secretária do Centro de Desenvolvimento Global, onde o homem deu aula nos últimos três anos, Carolina Silva Rios disse que o crime assustou os colegas. “Ele era muito querido, sorria o tempo inteiro. Era uma pessoa muito tranquila, muito gente boa mesmo. Foi com choque que recebemos a notícia. O sobrinho dele, que estuda aqui, foi quem nos avisou.”
A instituição decidiu suspender as aulas nesta segunda, quando ocorrem o velório e o enterro, no cemitério de Planaltina. Amigos e familiares informaram que pretendem fazer uma carreata pela paz em seguida.
O estudante Mateus Dias, de 16 anos, disse que um grupo combinou de usar branco durante a manifestação. "A gente dizia que ele era aluno. Na hora do recreio, ele ficava com a gente e não na sala dos professores", afirmou.
Colega de trabalho da vítima, a professora Camila de Castro reclamou da impunidade. "Nós estamos todos com um sentimento de revolta. A luta é por todos nós, pois essa injustiça poderia ter acontecido com qualquer um."
Também presente no enterro, o aluno Pedro Martins, de 12 anos, conta que estava dentro da igreja quando o professor foi morto. "A gente na hora [dos disparos] foi ver o que tinha acontecido. Vi um homem no chão, fiquei com medo e levei minhas irmãs pra casa. Nunca imaginei que fosse meu professor", declarou.
Tio do professor, Vitorino Martins Neves conta que a vítima saiu de manhã cedo para caminhar. A família percebeu a demora e pouco depois recebeu a notícia de que de que ele havia sido baleado.
"Ele foi levado ao Hospital de Base, mas não resistiu. O crime aconteceu a duas ruas da casa dele, em frente a uma igreja", afirmou Neves.