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Palco de sete jogos da Copa, Estádio Nacional de Brasília completa um ano

Arena recebeu neste período partidas e shows, como Aerosmith e Beyoncé. Obra foi contestada pelo Tribunal de Contas e alvo de manifestações.

Lucas Nanini/G1

Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha

O Estádio Nacional de Brasília completou um ano neste domingo (18). A arena, que deu lugar ao antigo Mané Garrincha, foi construída para receber sete partidas da Copa do Mundo. A inauguração aconteceu com cinco meses de atraso e após dois adiamentos. O pontapé inicial foi dado pela presidente Dilma Rousseff, no gramado.

O primeiro evento realizado no estádio foi a partida final do campeonato candango, entreBrasília e Brasiliense. Desde então, a arena recebeu mais seis jogos, incluindo a disputa entre Brasil e Japão, na abertura da Copa das Confederações. Na ocasião, compareceram aproximadamente 68 mil pessoas – a capacidade máxima é 70 mil. De acordo com a Secretaria Extraordinária da Copa, a arrecadação com as partidas chegou a R$ 20,5 milhões.

O espaço também sediou grandes shows no período, como Renato Russo Sinfônico, Beyoncé, Aerosmith, Whitesnake e a dupla sertaneja Henrique e Juliano. Neste mês, o estádio recebeu o título de mais bonito do Brasil pelo Prêmio Destaque Companhia de Viagem. O troféu foi dado ao governador Agnelo Queiroz pelo presidente da Confederação Brasileira de Futebol, José Maria Marín.

Uma das marcas do novo estádio é que ele foi construído com base em conceitos de sustentabilidade, tendo sistema de energia solar e aproveitamento de água da chuva. Além disso, a fachada aberta entre o teto e as arquibancadas possibilita boa circulação de vento no interior da arena.

Outra característica sustentável está no material da cobertura. Produzida no Japão, a membrana é feita de dióxido de titânio, que ajuda a retirar gases poluentes da atmosfera. O material da membrana também combate o acumulo de sujeira, facilitando a manutenção.

Questionamentos
Diversas etapas da obra, orçada em R$ 1,2 bilhão, foram contestadas pelo Tribunal de Contas. Uma auditoria divulgada em março pelo órgão apontou sobrepreço de R$ 431 milhões na construção do estádio. O GDF nega haver irregularidades e diz que o resultado da análise é preliminar.

Entre as suspeitas de superfaturamentolevantadas pelo órgão estão equívocos no transporte de materiais pré-moldados, que foi calculado como se ocorresse entre Goiânia e Brasília (240 quilômetros), quando na verdade a fábrica fica próxima ao estádio (1,5 quilômetro).

Com isso, o custo do transporte cobrado do GDF foi de R$ 592 por metro cúbico, quando deveria ser de R$ 3,70. Somente neste caso, o prejuízo foi estimado em R$ 879 mil. O relatório aponta ainda que há licitações relacionadas ao estádio que ainda não foram concluídas: urbanização e paisagismo no entorno, monitoramento e controle das emissões e fornecimento e instalação de sistema de comunicação visual.

A arena também já foi palco de diversas manifestações contra a Copa do Mundo. No dia 7 de Setembro, quando o Brasil venceu a Austrália por 6 a 0, pelo menos 39 pessoas foram detidas. Entre os principais motivos das prisões estão danos ao patrimônio público, desacato e agressão. Durante o protesto, policiais usaram spray de pimenta e um fotógrafo ficou ferido.

A manifestação mais recente ocorreu na quinta-feira. Um grupo de aproximadamente 250 pessoas se reuniu na Rodoviária do Plano Piloto e marchou até o estádio. Por meio de um sistema de som, os manifestantes gritavam slogans contra a Copa, como "Da Copa eu abro mão com saúde e educação", "Fifa, go home" e "Ei, Fifa, volta para a Suíça".