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Via do Trabalho ocupa casas destinadas ao Programa da Reconstrução

Conjunto Habitacional fica em Joaquim Gomes e obras estão inacabadas.

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Grupo diz está pronto para o confronto com a polícia.

Mais habitações que deveriam ser entregues a famílias vítimas das enchentes de 2010 foram ocupadas. Desta vez, 315 casas do Conjunto Habitacional Maria José Santana de Oliveira, em Joaquim Gomes, foram tomadas por trabalhadores rurais do Movimento Via do Trabalho (MVT).

Desde a tarde de desta terça-feira (20) grupos de moradores transferiram mobília e pertencentes para os imóveis do inacabado residencial. Algumas famílias são das vítimas das enchentes que reclamam do atraso das obras e dizem não ter mais condições de morar em casas de parentes ou pagar aluguel. Outra parte do grupo é de desabrigados, mas que não foram contemplados e na manhã de hoje (21) trabalhadores rurais se uniram ao grupo e ocuparam algumas moradias que ainda estavam vazias.

Segundo o líder dos MVT, Marcos Antônio, o Marrom, este é o 13° conjunto habitacional invadido por integrantes do movimento agrário. Apesar de os conjuntos não serem destinados ao povo do campo, os agricultores se dizem pronto para o confronto com a polícia e que aguardam um posicionamento da Caixa Econômica Federal (CEF) e do Governo do Estado.

As invasões a conjuntos inacabados do Programa da Reconstrução é um problema constante enfrentado pelo Governo e que eclode mais uma vez nas vítimas das enchentes – que depois de quatro anos esperando – veem suas casas ocupadas por integrantes do movimento agrário e famílias não contempladas.

Parte das casas está sem eletricidade, energia elétrica e algumas ruas não foram pavimentadas e não receberam tratamento de esgoto.
As famílias contempladas foram inscritas com base em critérios estabelecidos pela CEF, após cadastro de aptidão realizado em 2010atravpes da Avaliação de Danos (Avadans), procedidos à época pela Defesa Civil. O Ministério Público Estadual (MPE/AL) também acompanha o Programa da Reconstrução e investiga denúncias de superfaturação nas obras e defasagem nos cadastros, já que no original consta pessoas já falecidas e moradores de outros municípios.