Em projeto assistencial, estudante de moda promete fazer vestido 'gigante'
Disposto a fazer uma campanha de arrecadação para o frio, um estudante de moda de Ribeirão Preto (SP) resolveu inovar. Alfredo Mendes, de 22 anos, promete criar um vestido maior que um campo de futebol com 2,3 mil cobertores de tecido que ao final serão doados para instituições de caridade e moradores de rua.
Com retalhos que seriam descartados, Mendes está produzindo uma roupa que poderá medir, segundo ele, 8,8 mil metros quadrados. Algo maior que um campo nos padrões da Fifa, de 7,1 mil metros quadrados. A ideia começou a ser colocada em prática há dois meses e conta com mais quatro voluntários. Além de ajudar quem precisa, o estudante quer conscientizar sobre o impacto ambiental causado pela fabricação de roupas.
“Conversando com amigos e visitando algumas confecções cheguei à conclusão de que poderia impedir que mais retalhos fossem jogados fora, que virassem lixo. Seria um desperdício isso. Temos que pensar que a matéria-prima acaba, principalmente a minha, que é em sua maioria derivada do petróleo”, contou.
De acordo com Mendes, o trabalho é manual e apenas tem auxílio de uma máquina de costura. Na primeira parte do projeto, ele e os voluntários recebem as doações de tecidos e cortam os retalhos de forma que possam ser agrupados um a um em cobertores de 1,60 metro por 2,40 metros cada. A segunda fase consiste em colocar o forro e a manta acrílica em todos os exemplares.
Depois disso, os cobertores serão conectados até formar a grande saia. A previsão é de que a roupa fique pronta até o próximo inverno, mas para que isso aconteça ele depende de doações. Se conseguir concluir o projeto, ainda em execução dentro de seu apartamento, o vestido gigante será montado em um campo de futebol em um centro universitário de Ribeirão Preto.
Segundo o estudante, além de ajudar entidades, asilos e os moradores de rua nos meses de frio, a campanha visa mostrar que a moda pode ser solidária. “Temos que tirar da cabeça a ideia de que moda é só roupa, como a maioria pensa. Ser fashion não é só luxo e glamour, é também ajudar quem precisa, é solidariedade”, afirmou.