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Com 8 mil policiais, Liga dos Campeões tem segurança mais reforçada que Copa

Final entre rivais Real Madrid e Atlético de Madri foi marcada por clima de paz em Lisboa. Palco de abertura do Mundial, São Paulo deverá ter efetivo de apenas 4.265 homens

Pedro Taveira/iG

Pedro Taveira/iG

Imagine uma final de Libertadores com Corinthians x Palmeiras, Flamengo x Vasco, Cruzeiro x Atlético-MG ou Grêmio x Internacional. Nas devidas proporções, foi o que aconteceu na Liga dos Campeões com a decisão entre Real Madrid e Atlético de Madri. Mas o que no Brasil seriam duelos recheados de hostilidade e possíveis cenas de violência entre torcidas rivais, na Europa foi uma partida marcada pelo clima de paz.
Isso graças à forte segurança montada pela Uefa. Com 8 mil policiais nas ruas de Lisboa, o esquema supera o que está sendo programado para a Copa do Mundo 2014.
Cerca de 120 mil espanhóis foram para Portugal por causa da final do principal torneio europeu e a maioria, sem ingressos, ficou espalhada pelas ruas de Lisboa. Assim como faz a Fifa em seus eventos, a Uefa instalou duas “fan zones” em praças da cidade, espaços para que os torcedores pudessem acompanhar o duelo.
Dois drones fizeram monitoramento aéreo dos locais. Nos arredores do Estádio da Luz, o grande número de policiais evitou problemas entre os rivais. Bem ao contrário do que ocorre no Brasil, e do que poderia acontecer se houvesse um grande clássico em final tão importante, torcedores das duas equipes se misturaram com tranquilidade em frente ao palco do jogo. E o trânsito de carros, vale destacar, só foi interrompido em uma distância de uma quadra do local – o principal acesso era o metrô em um shopping a menos de 500 metros do campo.
Para a Copa do Mundo, nenhuma cidade está programada para tanto policiamento quanto Lisboa teve no último sábado. Em São Paulo, cidade muito maior que a capital portuguesa e que abrigará a abertura do Mundial entre Brasil e Croácia, funciona desde 20 de maio o CPCopa (Comando de Policiamento Copa), formado com 4.265 policiais.

Durante o torneio, serão monitorados 40 pontos, como entornos do estádio de Itaquera, locais de fan fest, estações de metrô e hotéis de seleções e autoridades. Em dias de jogos, 1.300 estarão nos arredores da Arena Corinthians.
No Rio de Janeiro, o esquema de segurança para o Mundial está em vigor desde o último dia 5. A Polícia Militar incluiu 2.067 homens em seu efetivo e estuda ainda colocar mais dois mil nas ruas quando o torneio começar.

Questionado pelo iG Esporte sobre o assunto, o COL (Comitê Organizador Local) afirmou por meio de nota que, apesar de a segurança ocupar “o primeiro lugar na lista de prioridades do planejamento e da entrega deste evento”, só trabalha com agentes privados.

“A previsão é utilizar cerca de 20 mil agentes de segurança privada na Copa do Mundo da FIFA. Serão de 13.500 a 15.000 stewards (agentes de segurança com curso de extensão em grande eventos) e aproximadamente 5.000 agentes de segurança patrimonial. Em média, serão 900 agentes por jogo”, disse o COL em comunicado oficial.

“A segurança pública é responsável pela integridade e segurança das delegações, do presidente e do secretário geral da FIFA desde a chegada ao Brasil e durante toda a permanência no país para a disputa da Copa do Mundo da FIFA”, prosseguiu o Comitê.

O iG Esporte entrou em contato com o Ministério da Justiça para saber o efetivo policial nas demais cidades-sedes da competição, mas não obteve resposta. No entanto, em fevereiro deste ano, Andrei Rodrigues, secretário extraordinário de Segurança para Grandes Eventos, anunciou um total de 150 mil homens de variadas unidades de segurança pública e da defesa nacional aos trabalhos na Copa e um investimento total de R$ 1,9 bilhão ao longo dos últimos três anos.

Seleções podem trazer seus próprios agentes

Outra solução encontrada para fortalecer a segurança dos participantes na Copa do Mundo será que as seleções tragam seus próprios agentes. A medida já foi adotada pelos Estados Unidos durante período de treinamento em São Paulo em janeiro deste ano. Na ocasião, seguranças particulares norte-americanos se juntaram às policias Militar, Civil e Federal brasileiras.

O governo brasileiro irá ainda convidar outros países de língua portuguesa que não está classificados para o Mundial, como Angola e Moçambique, a cooperarem com agentes.