Categorias: Brasil

Manifestantes protestam contra mortes ligadas à Copa em frente à casa de Marin

Manifestantes, que se reuniram na Avenida Paulista e desceram por uma via próxima até a casa do dirigente na região dos Jardins, bairro nobre de São Paulo.

LUCAS BORGES/ESPN.COM.BR

Grupo de 40 pessoas se reuniu para manifestação em frente à casa de José Maria Marin

Um grupo de 40 pessoas protesta, na manhã desta sexta-feira, em frente à casa de José Maria Marin, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e Comitê Organizador Local (COL), contra as mortes ligadas, direta ou indiretamente, à realização da Copa do Mundo no Brasil.

Os manifestantes, que se reuniram na Avenida Paulista e desceram por uma via próxima até a casa do dirigente na região dos Jardins, bairro nobre de São Paulo, carregavam cartazes, fotos e coroas de flores em memória de 13 operários que faleceram em obras de estádios – da Copa ou não.

O protesto é organizado como um dos "esculachos", ação de ativistas que lembra o envolvimento de civis com a ditadura militar. No protesto desta sexta, Marin foi chamado de "assassino" e "terrorista", por seu suposto envolvimento na morte do jornalista Vladimir Herzog.

Em 1975, ano da morte de Herzog, Marin era deputado estadual em São Paulo e apoiou, em plenário, as palavras de seu companheiro de Arena Wadih Helu, que pediu "providências" em relação ao posicionamento do editor-chefe da TV Cultura. Dias depois, o jornalista morreu.

Além da lembrança do passado como deputado, Marin foi criticado pela organização da Copa. Até aqui, nas arenas construídas para o Mundial, já foram nove operários mortos. Os ativistas recordaram ainda outros quatro óbitos nas obras da Arena do Grêmio e do Palmeiras – dois em cada.

A manifestação em São Paulo acontece no mesmo dia em que a seleção brasileira faz amistoso no Morumbi contra a Sérvia, como seu último jogo de preparação para o Mundial.