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Preço de televisão deve cair ainda mais

Preço de televisão deve cair ainda mais

Ilustração

Preço de televisão deve cair ainda mais

Se você não trocou sua televisão neste ano, talvez seja melhor esperar mais um pouco. Com uma queda de preços acumulada em 3,57% em 2014, até maio, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o comportamento das vendas do eletrodoméstico dá mais sinais de que a trajetória deve continuar a ser de queda.

Essa é expectativa de quem vem acompanhando os movimentos deste mercado. "As vendas não estão atendendo as expectativas dos varejistas e das indústrias", diz Julia Ximenes, assessora econômica da Fecomércio. "Estamos em clara tendência de queda nos preços de televisões."

Essa redução nos preços das TVs em época de alta expectativa, graças à Copa do Mundo, é um sinal claro de queda de demanda. Embora a Eletros, associação que reúne fabricantes de eletrodomésticos, não comente o assunto, o fato é que houve uma queda ainda maior nos preços praticados pelos fabricantes de televisão aos varejistas em geral.

O Índice de Preços no Atacado (IPA), também da Fundação Getulio Vargas (FGV), mostra uma queda de 2,3% nos preços praticados pelos fabricantes. Em outras palavras, o produto poderia estar ainda mais barato – pelo menos 1,8 ponto percentual a menos, se as lojas estivessem buscando apenas manter a lucratividade sobre as televisões.

A indústria apostou nas vendas. No segmento de linha marrom – 70% composto pelos televisores – a alta de produção foi de 42,7% nos primeiros quatro meses de 2014. Se foi erro de cálculo ou é parte da estratégia do mercado, ainda não dá para saber. "Somente o indicador não diz muito a respeito do planejamento desse setor", comenta Salomão Quadros, especialista do Insitituto de Economia (Ibre) da FGV. "O que posso dizer é que se encalhou, o produto encalhou com o fabricante, porque houve tempo hábil para reduzir a produção."

Compra de televisores agora é supérflua

A primeira onda na venda de TVs veio com a subsituição dos modelos de tubo pelos modelos finos, de plasma, LCD e LED. No entanto, esse movimento ficou para trás, pondo um ponto final ao cenário de demanda reprimida. "Não dá mais para usar esse termo", diz Quadros.

Exatamente por isso, a tendência é de redução nos preços. Afinal, agora a troca do eletrodoméstico representa apenas um incremento de usabilidade e não uma mudança brusca de tecnologia. "Com o poder de consumo minimizado, com menor disponibilidade de crédito e aumento de preços em outros setores, a troca da televisão é luxo, agora vai para segundo plano", explica Julia Ximenes, da Fecomercio.

Essa evolução incremental é o que justifica o aumento da procura de televisores de 47 polegadas, segundo levantamento do Zoom. O especialista de produtos do buscador de preços, Paulo Guedes, sinaliza que é exatamente esse o movimento que impulsionou o aumento de 300% nas buscas por televisores pelo site. “Hoje, a pessoa que já tem uma televisão quer um modelo maior, é natural.”