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Fotógrafo registra campo de treinamentos para crianças e adolescentes na Crimeia

Todos os recrutas são da Ucrânia, Rússia e áreas vizinhas do Mar Negro

Reprodução/Maxim Dondyuk

Reprodução/Maxim Dondyuk

Com quase dois milhões de habitantes, a Crimeia é uma região pouco maior que o Estado do Sergipe e se tornou pivô de uma crise internacional quando a população local escolheu fazer parte da Rússia, deixando de ser parte do território ucraniano.

A região tem muitos russos, e alguns deles se preparam continuamente para eventuais conflitos militares. Incrustado nas florestas de Eski-Kermen, uma fortaleza medieval construída pelo Império Bizantino nos limites da Crimeia, está um campo de treino militar para crianças e adolescentes comandado por cossacos — todos pró-Rússia.

Todos os recrutas são da Ucrânia, Rússia e áreas vizinhas do Mar Negro e recebem um treino de duas semanas de militares experientes, com munição e armas reais.

Os candidatos têm de 7 a 16 anos e foram registrados pelo fotógrafo Maxim Dondyuk, no projeto The Crimea Sich (Sich é uma palavra que designa uma região administrativa dos cossacos). Praticamente todos são cossacos, uma etnia minoritária na Rússia e Ucrânia, famosos por sua bravura e pelas poderosas capacidades militares.

Dondyuk trabalhou nos registros de 2010 a 2013, e atualmente prepara um documentário que conta seu último ano de experiência no campo.

O fotógrafo efetivamente treinou por duas semanas junto com os jovens recrutas. Segundo ele, em entrevista a revista online Slate, o campo é tão secreto que não é conhecido da população local, e mesmo vizinhos próximos ignoram a existência dele.

Os dirigentes do campo veem na religião cristã ortodoxa (praticada pela maioria dos cossacos) a principal diferença do campo para um centro de treinamento de mercenários.

Segundo os instrutores contaram para Dondyuk, sem as lições espirituais eles estariam treinando "assassinos comuns e não defensores da Terra-Mãe Cossaca". Pelas informações de Maxim, os pais dos meninos geralmente são oficiais militares, tanto da ativa quanto da reserva.

O campo de treinamento registrado por Maxim já tem 10 anos, e alguns dos primeiros recrutas que se formaram nele são hoje sargentos das forças armadas russas ou ucranianas.