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Computador convence juízes de que é um humano

Foi o que fez Eugene Goostman, um computador programado por um time baseado na Rússia, durante teste realizado na Royal Society de Londres no sábado segundo o The Independent.

Wikimedia Commons

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O dia 7 de junho de 2014 acaba de entrar para a história da tecnologia como o dia em que um computador passou pelo famoso Teste de Turing. Criado por um dos percursores da ciência da computação e da inteligência artificial, Alan Turing, o tal teste verifica a capacidade de uma máquina de exibir um comportamento equivalente ao de um ser humano. Foi o que fez Eugene Goostman, um computador programado por um time baseado na Rússia, durante teste realizado na Royal Society de Londres no sábado segundo o The Independent.

Segundo acadêmicos da Universidade de Reading, organizadores do evento, o computador de origem russa convenceu 33% dos juízes de que era um humano. Para passar no Teste de Turing, uma máquina precisa convencer no mínimo 30% dos avaliadores. No teste, o computador disse ser um garoto de 13 anos da cidade Odessa, na Ucrânia. O teste avaliou cinco programas no total e marcou os 60 anos de morte de Alan Turing.

Entre os juízes estava Lord Sharkey, que liderou a campanha bem-sucedida para o perdão póstumo de Alan Turing no ano passado. Homossexual, Turing foi punido com a castração química por manter relações com pessoas do mesmo sexo. Ao ser condenado, o especialista perdeu o acesso a informações sigilosas e teve de interromper o trabalho de quebra de códigos que se provou vital para os aliados durante a Segunda Guerra Mundial.

Apesar de bastante criticado, o conceito por trás do teste proposto no artigo "Computing Machinery and Intelligence" ainda é considerado fundamental para a inteligência artificial. Presente no evento, o cientista Kevin Warwick disse que a existência de um computador que consegue enganar um ser humano fingindo ser uma pessoa é um chamado ao cibercrime.