Valdecir Celerino está faturando alto com venda de troféus para Copa do Mundo. Artesão pensa em ampliar o serviço.
Entre todos os comerciantes que vão faturar nessa Copa do Mundo, o artesão Valdecir Celerino da Silva não tem do que reclamar. A réplica da taça do mundial está entre os produtos esgotados do ateliê que funciona na Ladeira do Óleo, no Jacintinho.
A taça trabalhada com material de gesso leva em torno de 15 dias pra ser concluída. “A demanda está grande, maior do que na Copa anterior e eu não esperava tanto”, conta entusiasmado. O preço dela varia entre R$40 e R$ 80 dependendo do acabamento escolhido.
O troféu é um símbolo de vitória da Copa do Mundo e foi introduzido ainda na criação da competição em 1930. Feita de ouro, o prêmio foi renomeado em 1946 para homenagear o presidente da FIFA, Jules Rimet. De lá para cá o prêmio ganhou um formato mais arredondado, sendo a imagem de um planeta segurado por um homem, na tentativa de representar a conquista do mundo.
Assim, o modelo esculpido em 1974 pelo artista Milano Bertoni ganhou fama e é reproduzido em diversas cidades do Brasil durante a Copa, inclusive pelo alagoano Valdecir Celerino, que busca a fidelidade no tamanho e um perfeccionismo no acabamento. “São 25 anos trabalhando como artesão. Estou há três anos desenvolvendo esse trabalho aqui na Ladeira do Óleo”, diz.
Valdecir trabalha com outros três artistas, entre eles está o aprendiz Emerson Ferreira da Silva, de 16 anos. De acordo com Emerson, o material utilizado para confeccionar o troféu está acabando e isso vai se refletir no preço final do produto. “Tá faltando material e vamos ter que aumentar o preço na quinta-feira (12)”, diz.
Todas as taças do ateliê são de encomendas. Além de esculpir e moldar as réplicas dos troféus, Valdecir trabalha ainda com a criação de personagens de histórias em quadrinhos. “Nós damos vida ao pensamento do cliente”, anuncia.
Oportunidade
O artesão pensa ainda em ampliar o serviço futuramente. "Já pensei em aumentar a equipe, mas é complicado os garotos não querem aprender", justifica.
Um dos alunos exemplares é Emerson Ferreira. Segundo o jovem aprendiz, o trabalho no ateliê é uma forma de ficar longe do mundo da marginalidade tão marcada na violenta cidade de Maceió "É uma alternativa para nós não estarmos na rua pensando em besteira", pontua.