A onda de movimentos dessa natureza não cessou.
A Copa do Mundo no Brasil, desde que o país foi confirmado como sede, tem sido tratada como prioridade por governos e prefeituras envolvidos na organização do maior evento futebolístico do mundo. Desde então, não se economizou dinheiro para fazer com que tudo com que tudo saísse de acordo com as rígidas normas da Fifa, patrocinadora do evento.
A urgência de fazer as coisas funcionarem fez com que a Copa saísse do papel, mas vem criando uma série de contrapartidas e efeitos colaterais. Os mais notórios são os protestos (que tiveram seu auge em 2013), piquetes e surtos de greves país afora.
A onda de movimentos dessa natureza não cessou. Ao contrário, o surto de greves que utilizam como mote – direto ou indireto – a Copa do Mundo atingiu seu ápice neste mês de julho.
A mais midiática das greves que acometeram o país no começo deste mês de julho foi a dos metroviários de São Paulo.
Os funcionários – que antes da paralização utilizavam camisas de protesto com os dizeres "transporte padrão Fifa" -, se valeram da proximidade do evento (e do possível caos oriundo de uma paralização durante o mundial) como moeda de troca para reivindicar melhores condições de trabalho.
A paralização em São Paulo foi a mais famosa, mas não a única. Além da capital paulista, todas as outras 11 cidades sedes estão tendo que lidar com greves.
Os descontentes ligados ao transporte público são maioria. Das 12 sedes, oito sofreram com greves no setor: Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza, Natal, Brasília e Cuiabá. Professores e funcionários do setor da saúde também cruzaram os braços.
Confira cidades que sofreram com greves:
Belo Horizonte
Professores municipais ficaram mais de um mês em greve, mas suspenderam a paralisação até o dia 18 de julho, depois da Copa.
Porto Alegre
Greve dos servidores municipais de Porto Alegre já dura 10 dias. Motoristas de ônibus também já ameaçam parar
São Paulo
A cidade enfrentou na semana passada uma das maiores greves de metroviários da história. Paralisação acabou na última segunda-feira
Rio de Janeiro
Os aeroportos do Rio de Janeiro entram em greve durante toda esta quinta-feira
Salvador
Salvador teve uma greve de ônibus no fim de maio
Recife
A paralisação de policias no meio do mês de maio assustou a cidade. Os enfermeiros também entraram em estado de greve na semana passada
Fortaleza
Os motoristas de ônibus já anunciaram e aprovaram greve para a próxima segunda-feira, véspera do jogo do Brasil na cidade.
Natal
A cidade vai enfrentar uma greve de ônibus nesta quinta-feira, véspera do primeiro jogo oficial em Natal. A capital potiguar também enfrenta paralisação de médicos e teve uma greve de guardas municipais suspensa nesta semana
Curitiba
A capital paranaense teve greve em hospitais começo de junho
Brasília
Os motoristas de ônibus também ameaçaram parar na capital federal, mas o governo e as empresas agiram rápido e evitaram a greve.
Cuiabá
Cuiabá teve greve de ônibus no fim de maio e pode enfrentar uma paralisação da Polícia Civil a partir de segunda-feira.
Manaus
Polícia Civil chegou a anunciar greve para sexta-feira (13), mas suspenderam a paralisação após negociações com o governo local.