Ele foi reeleito após inclinar-se à esquerda, que o escolheu pela proposta de paz e para conter a possibilidade de retorno de um governo guiado pela direita conservadora ligada ao uribismo.
Com 99% das urnas apuradas, a Justiça Eleitoral da Colômbia anunciou a vitória de Juan Manuel Santos, candidato à reeleição, sobre o opositor Óscar Zuluaga, do Centro Democrático. Santos obteve 50,85 % (7.605.424), 5 pontos de diferença sobre Zuluaga, que recebeu 45,9% dos votos (6.757.628). A abstenção foi menor que no primeiro turno, mas permaneceu alta, cerca de 50%.
A apuração começou logo depois do encerramento da sessão eleitoral às 16h (18h no horário de Brasília). Santos foi reeleito pela Coalizão Unidade Nacional (dos partidos De la U, parte dos conservadores, Colômbia Democrática e Movimento Colômbia Viva), com apoio de partidos e movimentos de esquerda que o apoiaram em nome da continuidade do processo de paz iniciado por ele com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Em sua primeira eleição em 2010, Santos venceu com apoio do então presidente Álvaro Uribe e amplo apoio da direita colombiana. Agora, foi reeleito após inclinar-se à esquerda, que o escolheu pela proposta de paz e para conter a possibilidade de retorno de um governo guiado pela direita conservadora ligada ao uribismo.
Juan Manuel Santos, 62 anos, nasceu em Bogotá em uma das famílias mais tradicionais da cidade. Seu tio-avô foi o presidente Eduardo Santos, que fundou o conglomerado de comunicação EL Tiempo – maior jornal diário da Colômbia. Santos estudou economia e administração e fez mestrado na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, em Economia e Jornalismo.
O presidente reeleito começou sua vida política no partido Liberal, mas acompanhou Álvaro Uribe na criação do partido De la U. Atuou como ministro em três governos distintos: no de César Gaviria (1990-1994) comandou a pasta do Comércio Exterior; no de Andrés Pastrana (1998-2002) assumiu Fazenda; e na gestão de Álvaro Uribe (2002-2010) foi Ministro da Defesa a partir de 2006.
Santos rompeu relações com Uribe após divergências iniciadas em 2011, durante o primeiro ano de seu mandato. Primeiro, ao admitir a existência de um conflito armado no país, termo que não era usado por Uribe, e depois o processo de ruptura foi finalizado quando estabeleceu uma política de restituição de terras e iniciou o processo de paz com as Farc em 2012.