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MP realiza vistoria em delegacias e acredita que policiais correm risco de morte

Durante a vistoria em quatro delegacias da capital alagoana, o Ministério Público constatou, na tarde desta quarta-feira, 18, algumas irregularidades nas estruturas físicas das unidades policiais.

Alagoas 24h

MP vistoria delegacias em Maceió

O Ministério Público Estadual vistoriou, na tarde desta quarta-feira, 18, quatro delegacias na capital alagoana com o objetivo de apurar denúncias de irregularidades nos prédios onde estão funcionando. Em todas as delegacias a promotoria da Fazenda Pública Estadual encontrou problemas, a exemplo de focos de dengue e fios desencapados pelo chão das unidades de polícia.

Em conversa com a imprensa, o promotor de justiça, Coaracy Fonseca, titular da 17ª Promotoria de Justiça da capital, Fazenda Pública Estadual, informou que os policiais civis correm o risco de morrer nas delegadas de Maceió. "Os policiais correm risco de morte. Encontramos focos de dengue na piscina da Delegacia de Homicídios e fios desencapados pelo chão. Os policiais correm o risco de pisar no fio e levar um choque elétrico. É uma situação insalubre", informou o promotor.

Nesta tarde, foram vistoriados o 7º Distrito Policial, na Pitanguinha, a Central de Polícia, a Delegacia de Homicídios e a Delegacia da Criança e do Adolescente (antiga Delegacia de Menores). Além dos problemas estruturais e de saúde pública, o promotor encontrou um menor de idade apreendido na Central de Flagrantes e observou a falta de refeitório na Delegacia de Homicídios.

O caso mais grave é do prédio do 7º DP, que está abandonado e sendo utilizado como ponto para consumo de drogas. "Ficou triste com a situação do 7º DP. Há um ano o Governo está pagando um prédio alugado podendo está reformando a sede antiga. Houve um processo licitatório para a reforma e hoje o prédio está abandonado e é usado como ponto de uso de drogas", disse o promotor.

A falta de efetivo na Polícia Civil também foi pontuada pelo promotor. Na Delegacia da Criança e do Adolescente, o MP percebeu que funciona com apenas três policiais, entre eles, uma delegada, uma escrivã e um agente de polícia. "Não tem gente para trabalhar", afirmou Fonseca.

Após as inspeções, a equipe técnica do Ministério Público irá finalizar um relatório e convocar uma audiência com o secretário de Defesa Social, Diógenes Tenório para repassar a situação precária das delegacias de polícia. "Esperamos que haja uma mudança e as delegacias sejam melhoradas. Caso nada seja resolvido, iremos analisar se ingressaremos com uma ação civil comum ou por improbidade. Além disso, será avaliada a possibilidade de interdição das delegacias”, informou o promotor.

Sindpol

Fonseca informou ainda que já existe um primeiro inquérito civil público e esta vistoria foi provocada após denúncias do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol).

Durante a inspeção, o presidente do Sindpol, Josimar Melo, comemorou a ação do Ministério Público e informou que além da estrutura física, a Polícia Civil sofre com a falta de efetivo.

"Denunciamos em janeiro e estamos esperando que desta vez tenha uma medida concreta, pois os reparos nas estruturas das delegacias aconteceram até agora como forma paliativa e não adiantou", disse Melo.