Categorias: Brasil

Polícia identifica black blocs e líderes do MPL suspeitos de violência em ato

São 2 black blocs e 22 lideranças do Movimento Passe Livre, diz delegado. Luiz Blazeck falou que investigados podem ser presos por crime de 'milícia'.

REUTERS/Nacho Doce

Black bloc usa extintor para danificar carros em concessionária de veículos durante ato MPL, na última quinta-feira (19)

A Polícia Civil de São Paulo identificou dois black blocs e 22 líderes do Movimento Passe Livre (MPL) suspeitos de participarem de depredações em duas manifestações neste mês na capital paulista. Os investigados podem ser presos temporariamente pelo crime de ‘constituição de milícia privada’. Nesta tarde, eles serão convocados a depor no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), na Zona Norte. As informações foram dadas nesta segunda-feira (23) ao G1 pelo delegado-geral Luiz Maurício Souza Blazeck.

“São dois black blocs e 22 líderes do MPL investigados por participação nas depredações ocorridas em protestos agora em junho”, disse o delegado-geral Blazeck nesta manhã à equipe de reportagem. Os black blocs suspeitos e as lideranças do MPL não foram localizados para comentar o assunto.

Segundo Blazeck, um black bloc foi identificado e é investigado como suspeito de depredar o Metrô Carrão, na Zona Leste, em 12 de junho, durante o ato ‘Não Vai Ter Copa’, que é contrário aos gastos públicos na Copa do Mundo.

Ainda de acordo com o delegado-geral, outro black bloc e mais 22 lideranças do MPL foram identificados e são investigados por suspeita de participarem da depredação à uma concessionária de carros de luxo na última quinta-feira (19) em meio ao ato ‘Tarifa Zero’, que pede tarifa gratuita do transporte público na capital.

Por determinação do secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), Fernando Grella, o Deic investiga casos de violência em protestos. Nesta tarde, o departamento convocou todos os investigados para prestarem esclarecimentos na sua sede, na Zona Norte.

De acordo com Blazeck, os black blocs e os líderes do MPL poderão ser responsabilizados pelo crime de ‘dano ao patrimônio’ e ‘constituição de milícia privada’, do artigo 288-A do Código Penal (CP). Em outros atos violentos, os suspeitos respondiam por ‘dano’ e ‘associação criminosa’, que faz parte do 288 do CP. A diferença entre eles é que o primeiro prevê prisão de 4 a 8 anos sem direito a fiança; e o segundo, prevê prisão de 1 a 3 anos, mas com direito à fiança para responder em liberdade.

“A polícia vai endurecer porque as manifestações estão mais violentas”, disse Blazeck. “Não se pode confundir manifestação, que todos têm direito, com milícia privada. Se Black Blocs e até líderes do MPL estão em reiterada conduta, podem ser atingidos por esse artigo 288-A”.

Alegando questões de segurança para não atrapalhar as investigações, o delegado-geral não informou os nomes dos suspeitos. “Eles foram identificados por meio de filmagens de câmeras de segurança, TV e fotos”, afirmou.

O G1 não conseguiu localizar os membros do MPL para comentar o assunto.